Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2010

Expectativa positiva

Reunidos no Palácio de Veraneio, Déda e Zé Eduardo se disseram confiantes no resultado das eleições em prol de Dilma Rousseff, a presidenciável do PT. Ambos afirmaram que a "expectativa era positiva". Segundo o presidente do partido há confiança de que Dilma se eleja, mas há, ao mesmo tempo entre os petistas, a cautela diante dos erros dos institutos de pesquisas no primeiro turno. "Estamos confiantes, mas todos nós estamos ressabiados com as pesquisas. No entanto, ao passo que se tem três pesquisas com dados semelhantes, há um sinal positivo. A perspectiva é de vitória", frisou Dutra. Da mesma forma, o governador Marcelo Déda afirmou que é importante que os índices pró-Dilma sejam ampliados em relação ao primeiro turno. "A expectativa é positiva. Acreditamos na ampliação do resultado no sergundo turno, para que Dilma saia de Sergipe com uma votação muito boa, o que revela a disposição dos sergipanos em apoiarem o novo Governo", disse Déda. Abaixo

"Depois de tantas metamorfoses, talvez a própria Dilma descubra com o eleitorado quem é a mulher que hoje se torna presidente"

Por Fernanda Torres, em coluna na Folha de S. Paulo “Jamais compreendi o direcionamento populista do marketing de José Serra. No primeiro turno, levei um choque quando assisti a uma cena em que o candidato do PSDB se sentava no sofá de uma senhora singela para ouvi-la falar a respeito de um problema de saúde no olho. ‘Depois desse olho, a senhora perdeu o outro olho?’ Perguntava ele. A enferma, então, ameaçava chorar e Serra abraçava-a com dó, pedindo que não se emocionasse porque, senão, ele se emocionaria junto. Só faltou o violino cigano. Eduardo Knapp/Folhapress Um especialista em linguagem do corpo afirmou, logo no início do primeiro turno, que o tucano passava a ideia de que sabia do que estava falando, mas não se importava com o próximo. Talvez opiniões como essas tenham-no levado a gravar cenas tão lacrimosas. Quando Marina deu o segundo turno de presente para a oposição, achei que o populismo seria deixado de lado em prol de uma mensagem mais adulta e objetiva. Le

Dilma e Serra pregam "Governo de união" em último dia de campanha

Chega-se hoje ao final da campanha eleitoral de 2010. Após inúmeros altos e baixos nas trajetórias dos candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), o eleitor irá amanhã votar naquele que considera o melhor para o país. Hoje durante os últimos atos de campanha - ambos os candidatos realizaram eventos em Minas Gerais -, Dilma e Serra deram suas últimas declarações sobre o pleito. Tanto um como o outro afirmaram que, se eleitos, farão um Governo de união. Ichiro Guerra/Efe Dilma disse que, se eleita, fará um governo para todos, sem discriminar governadores e prefeitos de outros partidos e que manterá relação "íntima e forte" com o presidente Lula. "O presidente Lula será sempre uma pessoa com a qual eu vou contar. Tenho imensa confiança política e pessoal. Sempre que puder conversarei com o presidente. Terei com ele uma relação muito íntima e muito forte. Não há ninguém nesse país que vai me separar do presidente Lula", afirmou. A petista ressaltou que

Eleitor 'esfrega' o Brasil real na face de Dilma e Serra

Por Josias de Souza Antonioo Lacerda/Efe Nem Dilma Rousseff nem José Serra. No último debate presidencial da temporada de 2010, a grande atração foram os eleitores indecisos. Escalados como inquiridores, eles esfregaram no nariz dos candidatos um país que ambos se abstiveram de debater nos quatro meses de campanha. “Já fui assaltada com uma arma na cabeça, na porta da minha casa”, a costureira Vera Lúcia disparou. O bandido queria a bolsa. Ela não entregou. Livrou-se do tiro porque a gritaria de um irmão afugentou o bandido. Como resolver o problema da segurança? O convívio de Vera com a morte converteu numa espécie de abstração o Ministério da Segurança de Serra. A idéia de Dilma de estimular o policiamento comunitário soou etérea. Na arena montada pela Globo, 80 eleitores indecisos envolveram os candidatos num semicírculo de realidade. O resultado foi constrangedor. Percebeu-se que as duas campanhas giravam como parafusos espanados ao redor do oco do vazio. Na publicida

Ibope e Datafolha: Dilma é favorita; só fato de grande repercussão muda tendência

As duas mais recentes pesquisas divulgadas mostram estabilização do quadro de votos. Dilma se mantém na dianteira com 12 pontos sobre José Serra (56% a 44%) no Datafolha e 14 pontos à frente no Ibope (57% a 43%). Além disso, os eleitores se mostram cada vez mais decididos no voto e o número daqueles que afirmam que ainda podem mudar de voto é pequeno (13% segundo o Ibope). O número de indecisos também caiu pela metade no Datafolha. Antes eram 8% e agora são 4%, o que reforça o favoritismo da petista. Incluídas essas sondagens, a média das pesquisas permaneceu em 57% a 43% para DIlma sobre Serra, nos votos válidos. Estão também computadas nessa média os levantamentos do Datafolha concluído na terça-feira, e o do Sensus, fechado na segunda. Dilma chegou ao seu teto nesta eleição. Os 57% de votos válidos foram seu limite no primeiro turno e a partir de onde começou a cair. Na medida em que os indecisos se definirem, a vantagem da petista pode diminuir um pouco. A dois dias da eleição,

As lições desta eleição

Falta muito pouco para que nós brasileiros voltemos às urnas para escolher o novo presidente do Brasil. Pela primeira vez uma mulher tem chances reais de vitória. Dilma Rousseff, do PT, candidata construída pelo presidente mais popular da história do país, é a favorita neste pleito. Em seu encalço está o ex-governador de São Paulo, José Serra, aquele que desde criancinha quer ser presidente. Tem um grande histórico político. Ambos chegam ao final da campanha depois de muitos altos e baixos. Serra iniciou o ano muito bem nas pesquisas, mas viu sua principal adversária ultrapassá-lo e colocar uma diferença que em alguns momentos superou os 20 pontos percentuais. Com os escândalos da Casa Civil – de onde Dilma veio e onde deixou uma fiel (?) assessora (Erenice Guerra) –, a candidata do presidente Lula viu sua dianteira diminuir, o que a levou ao segundo turno. O grande crescimento de Marina Silva também foi vital para levar a eleição para mais um round. Agora, faltando pouco mais de 8

"Muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas", diz Marina

A senadora e candidata derrotada à presidência da República, Marina Silva (PV-AC), criticou setores do PSDB que, tentam relacioná-la ao tucano José Serra. “Não usem meu nome para o vale-tudo eleitoral”, disse a senadora. “Os quase 20 milhões de brasileiros que endossaram meu projeto e o de Guilherme Leal no primeiro turno sabem que o respeito ao eleitor é um princípio inquestionável na nossa prática política, o que nos diferencia daqueles que querem o poder pelo poder”, afirmou . A declaração de voto falsa foi feita com um endereço de e-mail que não corresponde ao de Marina e foi ao ar no blog “Eu Vou de Serra 45”. “Infelizmente, muitos não aprenderam nada com os resultados das urnas e continuam a promover a política de mais baixo nível ao usar estratagemas banais para buscar votos”, criticou a candidata derrotada do PV. O e-mail falso seria direcionado aos eleitores de Marina contendo um “pedido” da senadora verde para que haja união em torno da candidatura tucana. Na eleição, M

Exposição de Serra em 'cinturão tucano' é ineficiente, e Dilma mantém 12 pontos de vantagem

A candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, manteve 12 pontos percentuais de vantagem sobre seu adversário no segundo turno das eleições, o tucano José Serra, segundo pesquisa realizada e divulgada hoje pelo Datafolha. Ela aparece com 56%, contra 44% do tucano. O resultado, em votos válidos, é idêntico ao registrado no último levantamento do instituto, realizado no dia 21. No total de intenções de voto houve leve oscilação: Dilma tem 49% contra 38% de Serra (na semana passada, a petista estava à frente com 50% a 40%). A segmentação dos resultados do novo levantamento mostra que não foi eficiente a estratégia de Serra de reforçar sua presença no Sudeste e no Sul do país, o chamado "cinturão tucano", onde teve votação expressiva no primeiro turno. No Sudeste, o tucano perdeu três pontos percentuais e agora é derrotado pela petista por 44% a 40%. No Sul, ele perdeu dois pontos percentuais, mas ainda vence Dilma --que cresceu dois pontos-- por 48% a 41%. No Nordest

Contagem regressiva

Por Eliane Catanhêde Fotos: Folha de S. Paulo A cinco dias da eleição, a pesquisa Datafolha cristaliza a diferença de Serra e Dilma em 12 pontos dos votos válidos e assim define virtualmente o segundo turno no próximo domingo. Serra não tem armas para lutar por mais votos, nem espaço no eleitorado para crescer e virar a eleição. Lula, Dilma, o governo, o PT e seus aliados levaram um susto com o resultado do primeiro turno, no dia 3, depois de atravessar meses cantando vitória - e uma vitória que esperavam acachapante. Mas, desde o início, as condições têm sido mais favoráveis a Dilma, apesar das vantagens objetivas do candidato Serra. Com seus 80% de popularidade, e uma gestão bem avaliada, Lula inventou a candidatura Dilma, passou dois anos empenhado em fazê-la conhecida nacionalmente e não teve pudor em colocar a administração direta, as estatais e todos os meios, maquiavelicamente, para eleger a sucessora. Não poupou nem mesmo o próprio cargo de presidente. Serra lucrou b

Por um Brasil mais democrático

Por Igor Almeida A que nível chegou a política nacional nas eleições em 2010... Conflitos e acusações sempre existiram, já são características marcantes dos períodos eleitorais. O que assusta são as dimensões negativas que esses conflitos ideológico-partidários tomaram. Festa da democracia? O que realmente se viu até agora foi uma festa de ignorância e violência, do debate inconsistente e da disputa no grito. Os jornais e telejornais do país foram inundados por manchetes sobre a agressão sofrida por Serra durante uma caminhada pela zona oeste do Rio de Janeiro, nesta última quarta-feira. Muito além da própria natureza reprovável do fato, o que se viu nos dias que se seguiram foi uma verdadeira agressão ao eleitor. Autoridades dos partidos, candidatos e até o presidente da república protagonizaram uma discussão inútil acerca do ocorrido, mesmo com a existência de inúmeras provas que afirmaram a sua veracidade. Não quero aqui condenar a atuação irresponsável de Lula e muito menos p

Propostas de Serra criam gasto de R$ 46 milhões

Por Fernando Canzian, da Folha de S. Paulo As quatro principais promessas de campanha para a área social do candidato à Presidência José Serra (PSDB) custariam aos cofres públicos mais de R$ 46 bilhões em 2011. O valor é praticamente uma vez e meia de tudo o que a União desembolsou para estradas, portos, aeroportos e em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no ano passado. Em 2009, os desembolsos públicos na infraestrutura somaram R$ 32,1 bilhões, maior valor desde 1995. Em outras comparações, os gastos que Serra pretende criar equivalem a 80% do orçamento deste ano do Ministério da Educação. Ou ao que custaria construir uma vez e meia o trem-bala Rio-SP. O consultor de Serra para a área econômica Geraldo Biasotto diz ser "viável encaixar esses gastos no perfil do Orçamento público". "Serra pretende reorganizar o Orçamento e as contas financeiras do setor público", afirma Biasotto (leia texto nesta página). São quatro as principais propo

Vox Populi: Dilma tem 51%, Serra tem 39% e indecisos somam 4%

Pesquisa Vox Populi/iG divulgada nesta terça-feira mostra que a vantagem da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em relação ao tucano José Serra aumentou para 12 pontos percentuais. Segundo o Vox Populi, Dilma tem 51% contra 39% de Serra. Na última pesquisa, realizada nos dias 10 e 11 de outubro, a vantagem era de 8 pontos (Dilma tinha 48% e Serra 40%). Os votos brancos e nulos permaneceram em 6% e os indecisos passaram de 6% para 4%. Se forem considerados apenas os votos válidos (sem os brancos, nulos e indecisos) a vantagem subiu de 8 para 14 pontos. Dilma tinha 54% e passou para 57%. Serra caiu de 46% para 43%. A margem de erro da pesquisa é de 1,8 ponto percentual para mais ou para menos. A candidata do PT tem o melhor desempenho na região Nordeste, onde ganha por 65% a 28%. Já Serra leva a melhor no Sul, onde tem 50% contra 41% da petista. No Sudeste, que concentra a maior parte dos eleitores, Dilma tem 47% contra 40% do tucano. O Vox Populi ouviu 3 mil eleitores e

Debate não teve lance com potencial para virar votos

Por Josias de Souza Dilma Rousseff e José Serra tonaram-se candidatos-parafusos. Com as ideias espanadas, rodam a esmo em torno dos mesmos assuntos. O debate deste domingo foi menos encrespado que o anterior. Recolheram-se os punhos. Bom. Abortou-se a agenda religiosa. Ótimo. O diabo é que o tempo de sobra foi usado em rodopios ao redor do mesmo. As teses foram expostas em profundidade que pode ser atravessada por uma formiga de joelhos. Antes de trocar o enredo em miúdos, a conclusão: As câmeras não testemunharam nenhum escorregão. O debate serviu mais para consolidar a preferência do eleitor do que para virar votos. Nesse sentido, foi mais últil a Dilma, à frente nas pesquisas. Num olhar microscópico, Serra lidou melhor com o português. As frases de Dilma soaram enleadas. No último bloco, sua confusão brigou com o relógio. A pupila de Lula ajudaria a si mesma se banisse dos lábios a expressão “no que se refere a...”. Repetiu-a três dezenas de vezes. De resto, a esperteza de

Eleição vira guerra de sutilezas, travada no Sudeste

Por Josias de Souza  Nelson Almeida/AFP  Nelson Rodrigues ensinou que “a dúvida é autora de insônias cruéis. Ao passo que, inversamente, uma boa e sólida certeza vale como um barbitúrico irresistível”. Tomados pelo último Datafolha, Dilma Rousseff e José Serra foram como que condenados a uma vigília de duas semanas. Até o próximo dia 31, os dois candidatos não poderão piscar. O último refúgio da disputa sucessória é a incerteza. Na conta global, Dilma dispõe agora de seis pontos de vantagem sobre Serra. Ela, com 47%, ainda prevalece. Mas ele, com 41%, sobrevive no jogo. A pesquisa informa: a grossa maioria do eleitorado declara-se decidido. Entre os eleitores de Dilma, o grau de convicção é de 91%. Entre os de Serra, 89%. A petrificação do voto converteu a eleição numa guerra de detalhes e sutilezas. Vai prevalecer quem fizer a sintonia mais fina.  Sebastião Moreira/EFe  A batalha final tende a ser travada no Sudeste, região onde está assentada quase metade do eleit

"É abominável", diz Maria José Rosado, da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, sobre exploração política do aborto

Por Sergio Lirio, da Carta Capital Maria José Rosado, da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, está chocada com o tratamento eleitoral dado ao tema aborto. “É abominável. Nossos corpos, nossas vidas, não podem ser objeto de barganha.” Segundo ela, o assunto não pode ser submetido a princípios religiosos. “É uma questão de saúde pública.” CartaCapital: Como a senhora enxerga a discussão eleitoral sobre o aborto? Maria José Rosado: É claro que o aborto é um tema que interessa à sociedade. Grande parte da população brasileira é formada por mulheres em idade reprodutiva. E o aborto ilegal é a quarta causa de mortalidade de mulheres. Agora, não faz sentido tratar do assunto a partir de interesses meramente eleitorais. É algo abominável. Nossos corpos, nossas vidas, não podem ser objeto de troca, de barganha eleitoral. Considero, isso sim, um desrespeito à vida. CC: O tema acaba tratado mais da perspectiva moral e religiosa do que de saúde pública. MJR: A discussão está malposta, q

Por um segundo turno mais decente

Com o segundo turno, Dilma e Serra ganharam mais três semanas para discutir o Brasil. A propaganda eleitoral na TV e no rádio começou no dia 8 e se estenderá até o dia 29. Mas os 40 minutos diários (20 na TV e 20 no rádio) não estão sendo bem utilizados pelos candidatos. A troca de acusações tem pautado o momento atual da campanha. Quando não, a religiosidade se apropria do espaço obrigatório. Nas várias inserções de 30 segundos que são apresentadas ao longo da programação isso se torna ainda mais latente. A imprensa, infelizmente, se deixa levar por este encaminhamento e até reforça-o. Não há espaço para se debater o futuro das universidades, a situação das estradas, o inchaço da previdência social, a reforma política e tributária, o emprego, o meio-ambiente e o Sistema Único de Saúde, só para ficar em algumas problemáticas. E quando se discute algum desses temas os candidatos o fazem na tábua rasa. Sem aprofundamento. Os debates na TV também seguem a mesma sistemática. O primeiro

De câmbio, juros e trem-bala não se fala

Por Elio Gaspari Dilma Rousseff e José Serra subiram o tom no primeiro debate. Nele houve mais vapor do que energia, mas se a baixaria mútua das volantes dos candidatos sair da agenda, todos terão a ganhar. É pedir muito, mas vale o registro: o dólar está a R$ 1,66 e a palavra câmbio não foi pronunciada. O real valorizado corrói a competitividade dos produtos brasileiros. Mais um pouco e retorna-se ao delírio do dólar tucano, quando se comprava manteiga francesa baratinha nas boas casas do ramo, como durante a República Velha. O dólar está a preço de banana porque a economia brasileira atrai investidores estrangeiros, muitos do quais vêm para cá buscar os juros lunares que Nosso Guia paga. José Serra é um veterano crítico dessa política e pode-se supor que Dilma Rousseff também não goste dela, mas nenhum dos dois toca no assunto porque temem sua complexidade e a antipatia da banca. Ambos são economistas e sabem o que fazem, mas devem refletir sobre o risco que correm. No fim do mês

Lambe-sujo e Caboclinhos: a cultura viva

A força de uma cultura se revela na capacidade de agregar, envolver e orgulhar. Em Laranjeiras, isso se concretiza durante a “Festa do Lambe-Sujo”, folguedo sergipano encenado todos os anos no 2º domingo de outubro. No folguedo, os negros (lambe-sujos) lutam contra a tentativa dos índios (caboclinhos) de destruírem os quilombos. A partir das imagens captadas pela fotojornalista Ana Lícia Menezes é possível perceber o quão forte é a cultura local e a crença no folguedo. Carregado de simbolismo, o folguedo envolve crianças, jovens e adultos, que se apossam da história da terra para se divertir, se alegrar e manter viva a cultura. Logo cedo, os lambe-sujos se espalham pela cidade, desde a entrada até a praça central de Laranjeiras. Assim, demarcam território e mostram que estão prontos para o combate. Em maioria, os lambe-sujos também ocupam a área próxima à igreja, onde recebem a benção do padre, antes de iniciar os embates. Fortalecidos pela oração e crentes em sua fé, os l

A cruzada contra a guerra suja

Por Claudio Dantas Sequeira e Alan Rodrigues, da Istoé Desde a manhã da segunda-feira 4, a rotina de sermões do pastor evangélico Manoel Ferreira foi radicalmente substituída por uma sequência interminável de reuniões políticas. A mais importante delas ocorreu na quarta-feira, 6, à tarde. Trancado no gabinete de Gilberto Carvalho, no Palácio do Planalto, o líder religioso disse ao assessor do presidente Lula que a insistência da oposição em explorar a questão do aborto no segundo turno poderia minar a estratégia da campanha de Dilma Rousseff de discutir propostas concretas para o futuro do País. “Não devemos ficar presos a esse debate superficial que só atende a interesses obscuros”, afirmou Ferreira. O pastor foi convocado às pressas a Brasília para comandar o exército que saiu em defesa da candidatura de Dilma em meio à guerra suja alimentada, nos últimos dias, pelo PSDB na disputa à Presidência da República. Numa tentativa de desgastar a imagem de Dilma perante o eleitorado, os

Serra cresce mais que Dilma na ‘largada’ do 2º turno

Por Josias de Souza Saiu o primeiro Datafolha do segundo turno. Indica que, na virada da primeira para a segunda fase da disputa, José Serra conquistou mais votos do que Dilma. Segundo a pesquisa, Dilma dispõe agora de 54% dos votos válidos (a conta exclui os brancos, nulos e indecisos). Serra amealha 46% das intenções de voto. Tomados pelos dados oficiais da Justiça eleitoral, Dilma emergiu das urnas do primeiro turno com 46,9% dos votos válidos, contra 32,6% de Serra. Cotejando-se os votos da primeira fase com as intenções de voto da segunda, Dilma registra crescimento de 7,1 pontos percentuais. Quanto a Serra, avançou na pesquisa 13,4 pontos em relação ao percentual de votos que extraiu das urnas recém-abertas. Dito de outro modo: considerando-se o tamanho que exibiam depois da contagem das urnas, os dois candidatos cresceram. Porém... Porém, Serra cresceu 6,3 pontos a mais que Dilma. Por quê? A principal explicação parece vir do espólio de Marina Silva. A candidata

A vitória de Déda, o pessimismo das análises e o que realmente interessa

Nunca antes na história de um Estado, a vitória de um candidato foi analisada de forma tão pessimista. Parafraseando sem exageros a expressão popularizada por Lula, desconheço na história recente da política sergipana, análises tão pormenorizadas sobre a vitória de um candidato em primeiro turno. Marcelo Déda se reelegeu governador, mesmo com as deficiências da sua atual gestão. Reelegeu-se contando com o apoio da quase totalidade dos prefeitos, numa aliança muito bem costurada. Conseguiu sair vitorioso do pleito, ainda que perdendo na capital, considerada reduto petista. Venceu as eleições, depois de enfrentar durante a campanha uma crise interna entre os candidatos ao Senado. Reelegeu-se governador, com votações expressivas em vários municípios do interior sergipano, onde a oposição se achava invencível. Como o próprio Déda disse, após quatro anos, ele manteve o núcleo que apoia o seu projeto. Ou seja, ele saiu vitorioso tanto em 2006 como em 2010 com 52% dos votos válidos em Ser