As duas mais recentes pesquisas divulgadas mostram estabilização do quadro de votos. Dilma se mantém na dianteira com 12 pontos sobre José Serra (56% a 44%) no Datafolha e 14 pontos à frente no Ibope (57% a 43%). Além disso, os eleitores se mostram cada vez mais decididos no voto e o número daqueles que afirmam que ainda podem mudar de voto é pequeno (13% segundo o Ibope). O número de indecisos também caiu pela metade no Datafolha. Antes eram 8% e agora são 4%, o que reforça o favoritismo da petista.
Incluídas essas sondagens, a média das pesquisas permaneceu em 57% a 43% para DIlma sobre Serra, nos votos válidos. Estão também computadas nessa média os levantamentos do Datafolha concluído na terça-feira, e o do Sensus, fechado na segunda.
Dilma chegou ao seu teto nesta eleição. Os 57% de votos válidos foram seu limite no primeiro turno e a partir de onde começou a cair. Na medida em que os indecisos se definirem, a vantagem da petista pode diminuir um pouco. A dois dias da eleição, entretanto, apenas um fato novo de grande repercussão provocaria uma queda abrupta o suficiente para ameaçar a liderança de Dilma.
Vale notar que as diferenças entre os institutos estão todas dentro da margem de erro. No caso de Serra, ele tem entre 41% (Sensus) e 44% (Datafolha). Como a margem é de 2 pontos para ambas as sondagens, há um intervalo comum entre 42% e 43% dos votos válidos. No caso de Dilma, ela tem entre 56% (Datafolha) e 59% (Sensus). Aplica-se a mesma regra, e encontra-se um intervalo comum de 57% a 58% dos votos válidos.
Sexo
Pelos números do Ibope, o principal avanço de Dilma ocorreu entre as mulheres, segmento em que sua vantagem passou de 7 para 12 pontos (50% a 38%) em uma semana. Na primeira pesquisa após o primeiro turno, há 15 dias, a candidata estava empatada com o adversário no eleitorado feminino (46% a 46%).
Já no Datafolha, a vantagem de Dilma continua ancorada no eleitorado masculino. Entre os homens, ela tem 54% contra 38% de Serra. Entre as mulheres há um empate técnico: a petista está com 46% e o tucano obtém 43%.
Religião
Depois de perder pontos entre os eleitores religiosos e contrários à legalização do aborto na reta final do primeiro turno – principal fator que levou a decisão para uma segunda rodada – Dilma conseguiu se recuperar nesses segmentos, de acordo com o Ibope.
A primeira pesquisa após o primeiro turno mostrava que, na parcela da população contrária à legalização do aborto, os dois candidatos estavam empatados (48% para Dilma e 45% para Serra). Agora, nesse grupo, a petista abriu 13 pontos de distância (52% a 39%).
No Datafolha, os católicos dão ampla vantagem à Dilma. Neste grupo ela tem 54% e Serra, 39%. Entre os evangélicos há empate técnico, só que com alternâncias de liderança numérica. Serra leva a melhor entre os pentecostais (45% pro tucano e 43% pra petista) e Dilma tem melhor desempenho entre os não-pentecostais (a candidata do PT tem 45% e Serra, 43%).
Entre os kardecistas (espíritas), o tucano abre quatro pontos de vantagem sobre Dilma (43% a 39%). Mas entre os que não têm religião, Dilma vai melhor: 47% optam por ela e 40% por José Serra.
Pelo Ibope, dos eleitores da candidata governista, 88% afirmam que sua escolha é definitiva. No caso dos simpatizantes de Serra, 86% não admitem mudar o voto até o domingo.
Regiões
A divisão geográfica do eleitorado mostra que Dilma ampliou sua vantagem no Sudeste, mas perdeu espaço no Sul, conforme a pesquisa do Ibope. Na região que concentra os três Estados mais populosos (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), a candidata governista abriu oito pontos de folga (48% a 40%), quatro a mais do que na semana anterior. A petista lidera com larga margem no Rio e em Minas, e tem reduzido sua desvantagem em São Paulo, onde já há empate técnico.
No Sul, onde os dois candidatos estavam empatados, Serra abriu cinco pontos sobre a rival (48% a 43%). Os desdobramentos do Ibope por Estado – com margens de erro maiores, pois as amostras do eleitorado são menores – indicam que o tucano lidera no Paraná e está empatado tecnicamente com Dilma no Rio Grande do Sul, Estado onde ela venceu no primeiro turno.
A petista continua com mais que o dobro das intenções de voto do adversário no Nordeste (63% a 30%), seu principal reduto. No Norte/Centro-Oeste, onde estava em situação de empate técnico, a candidata tem agora dez pontos a mais (52% a 42%).
Pelo Datafolha, Dilma tem a mesma vantagem sobre Serra no Nordeste de 33 pontos (62% a 29%). Já no Sudeste, a petista tem 47% e o tucano, 42%. No Norte e Centro-Oeste, há um dado semelhante ao do Ibope: 10 pontos de diferença (Dilma com 51% e Serra com 41%). No Sul, Serra se mantém na dianteira com 52% contra 40% de Dilma.
Quando se observa a curva de intenção de votos de Dilma Rousseff (PT) neste mês, nota-se que o Sudeste foi determinante para que a petista se estabilizasse como favorita, de acordo com o Datafolha.
Ela começou outubro com 41% contra 44% de José Serra (PSDB). No levantamento de ontem do Datafolha, a petista estava com 47% e o tucano havia deslizado para 42% --a vantagem é de cinco pontos a favor de Dilma
O Sudeste responde por 44% dos eleitores do país. Para vencer uma disputa presidencial é vital o candidato ter um bom desempenho em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A região abriga os dois mais vitoriosos governadores eleitos pelo PSDB. Geraldo Alckmin (SP) e Antonio Anastasia (MG), ambos liquidaram a fatura no primeiro turno.
O segundo maior líder nacional tucano, Aécio Neves, elegeu-se senador por Minas Gerais com expressiva votação. Ainda assim, neste segundo turno, foi efêmera a liderança numérica do candidato do PSDB a presidente no Sudeste.
Renda
Considerando o Ibope e analisando a segmentação dos eleitores por faixa de renda mostra que Dilma só não lidera isoladamente entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, onde há empate técnico (47% para a petista e 46% para o tucano). Dentre os mais pobres, com renda de até um salário mínimo, a vantagem da petista é de 30 pontos (60% a 30%).
Escolaridade
A vantagem de Dilma sobre os eleitores de ensino fundamental é de 18 pontos (ela tem 55% e o tucano, 37%). Entre os de nível médio, a petista tem 49% enquanto Serra tem 40%. O tucano vira o jogo entre os eleitores de nível superior (ele tem 50% e Dilma, 37%). Os dados são do Datafolha.
Violência e debates
O Ibope perguntou aos entrevistados quem foram os responsáveis por episódios de confronto entre partidários dos dois candidatos ocorridos nos últimos dias. Para 21%, a iniciativa do confronto foi de simpatizantes de Dilma. Para 13%, a responsabilidade foi de serristas. Outros 19% afirmaram que os partidários de ambos são culpados pelos episódios. Nada menos que 40% dos entrevistados não souberam apontar os responsáveis pelos confrontos ou não tomaram conhecimento dos casos.
O Ibope também procurou medir os efeitos dos três debates realizados no segundo turno. Para 39% dos entrevistados, Dilma se saiu melhor. Outros 31% viram o desempenho de Serra como superior.
Só fato de grande repercussão muda tendência (por José Roberto de Toledo)
A ampliação da vantagem de Dilma na reta final do segundo turno dificulta muito a tentativa de Serra de virar a eleição na última hora. O tucano briga contra a inércia do eleitorado. A esta altura, só um fato novo de grande repercussão lhe daria chance de mudar a tendência do voto.
A petista se distancia do tucano em praticamente todos os segmentos importantes de renda, escolaridade e faixa etária. Nas maiores regiões, ela consolidou a proporção de 2 votos para 1 no Nordeste, e aumentou para dez pontos sua diferença no maior colégio eleitoral, o Sudeste.
O fator religioso, principal responsável por levar a eleição para o segundo turno, foi neutralizado. Dilma tirou a vantagem de Serra entre os evangélicos, ampliou sua diferença entre os católicos e recuperou parte dos eleitores agnósticos, ateus e de religiões não-cristãs.
A recomendação do papa aos bispos para que atuem politicamente no Brasil contra quem defenda o aborto poderia ser o fato novo esperado pelos partidários do tucano?
Para surtir efeito eleitoral, a manifestação de Bento 16 precisaria chegar rapidamente aos seguidores da Igreja e com força suficiente para reverter a preferência de 55% dos católicos pela petista. No primeiro turno, Dilma perdeu quatro pontos entre os católicos nos últimos dias de campanha.
Uma queda nessas proporções entre os católicos agora implicaria diminuir de 14 para 9 pontos a vantagem de Dilma no total. Sem contar o eventual efeito inverso que isso poderia resultar entre os evangélicos e eleitores anti-clericais.
Com a questão moral de lado, o bolso voltou a ser soberano na eleição. No começo do segundo turno, os programas sociais do governo federal brecaram a queda de Dilma e impediram que o tucano empatasse.
Mas foi no eleitorado não-bolsista que ela cresceu nas últimas duas semanas. Ele tem sido o responsável por aumentar sua diferença sobre Serra. Hoje, segundo o ibope, 2 em cada 3 eleitores da petista não participam de nenhum programa federal.
E por que esse eleitor declara voto nela? Muito provavelmente pelo bom momento da economia, que expande o emprego, a renda e, principalmente, o crédito para o consumo. Um indicador indireto disso é a avaliação do governo Lula.
Entre o terço de eleitores que dá nota 10 à atual gestão, Dilma tem 78% do total de votos. Entre os 15% que dão nota 9, ela tem 2 em cada 3 votos. O divisor de águas é a nota 8, que compreende 23% do eleitorado.
Nela, Serra chegou a empatar com Dilma no começo do segundo turno: 47% a 47%. Agora, a petista voltou a abrir uma pequena diferença, e lidera por 48% a 43%. De 7 para baixo, o tucano vence por larga margem, mas esses eleitores são apenas um quarto do eleitorado.
Incluídas essas sondagens, a média das pesquisas permaneceu em 57% a 43% para DIlma sobre Serra, nos votos válidos. Estão também computadas nessa média os levantamentos do Datafolha concluído na terça-feira, e o do Sensus, fechado na segunda.
Dilma chegou ao seu teto nesta eleição. Os 57% de votos válidos foram seu limite no primeiro turno e a partir de onde começou a cair. Na medida em que os indecisos se definirem, a vantagem da petista pode diminuir um pouco. A dois dias da eleição, entretanto, apenas um fato novo de grande repercussão provocaria uma queda abrupta o suficiente para ameaçar a liderança de Dilma.
Vale notar que as diferenças entre os institutos estão todas dentro da margem de erro. No caso de Serra, ele tem entre 41% (Sensus) e 44% (Datafolha). Como a margem é de 2 pontos para ambas as sondagens, há um intervalo comum entre 42% e 43% dos votos válidos. No caso de Dilma, ela tem entre 56% (Datafolha) e 59% (Sensus). Aplica-se a mesma regra, e encontra-se um intervalo comum de 57% a 58% dos votos válidos.
Sexo
Pelos números do Ibope, o principal avanço de Dilma ocorreu entre as mulheres, segmento em que sua vantagem passou de 7 para 12 pontos (50% a 38%) em uma semana. Na primeira pesquisa após o primeiro turno, há 15 dias, a candidata estava empatada com o adversário no eleitorado feminino (46% a 46%).
Já no Datafolha, a vantagem de Dilma continua ancorada no eleitorado masculino. Entre os homens, ela tem 54% contra 38% de Serra. Entre as mulheres há um empate técnico: a petista está com 46% e o tucano obtém 43%.
Religião
Depois de perder pontos entre os eleitores religiosos e contrários à legalização do aborto na reta final do primeiro turno – principal fator que levou a decisão para uma segunda rodada – Dilma conseguiu se recuperar nesses segmentos, de acordo com o Ibope.
A primeira pesquisa após o primeiro turno mostrava que, na parcela da população contrária à legalização do aborto, os dois candidatos estavam empatados (48% para Dilma e 45% para Serra). Agora, nesse grupo, a petista abriu 13 pontos de distância (52% a 39%).
No Datafolha, os católicos dão ampla vantagem à Dilma. Neste grupo ela tem 54% e Serra, 39%. Entre os evangélicos há empate técnico, só que com alternâncias de liderança numérica. Serra leva a melhor entre os pentecostais (45% pro tucano e 43% pra petista) e Dilma tem melhor desempenho entre os não-pentecostais (a candidata do PT tem 45% e Serra, 43%).
Entre os kardecistas (espíritas), o tucano abre quatro pontos de vantagem sobre Dilma (43% a 39%). Mas entre os que não têm religião, Dilma vai melhor: 47% optam por ela e 40% por José Serra.
Pelo Ibope, dos eleitores da candidata governista, 88% afirmam que sua escolha é definitiva. No caso dos simpatizantes de Serra, 86% não admitem mudar o voto até o domingo.
Regiões
A divisão geográfica do eleitorado mostra que Dilma ampliou sua vantagem no Sudeste, mas perdeu espaço no Sul, conforme a pesquisa do Ibope. Na região que concentra os três Estados mais populosos (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), a candidata governista abriu oito pontos de folga (48% a 40%), quatro a mais do que na semana anterior. A petista lidera com larga margem no Rio e em Minas, e tem reduzido sua desvantagem em São Paulo, onde já há empate técnico.
No Sul, onde os dois candidatos estavam empatados, Serra abriu cinco pontos sobre a rival (48% a 43%). Os desdobramentos do Ibope por Estado – com margens de erro maiores, pois as amostras do eleitorado são menores – indicam que o tucano lidera no Paraná e está empatado tecnicamente com Dilma no Rio Grande do Sul, Estado onde ela venceu no primeiro turno.
A petista continua com mais que o dobro das intenções de voto do adversário no Nordeste (63% a 30%), seu principal reduto. No Norte/Centro-Oeste, onde estava em situação de empate técnico, a candidata tem agora dez pontos a mais (52% a 42%).
Pelo Datafolha, Dilma tem a mesma vantagem sobre Serra no Nordeste de 33 pontos (62% a 29%). Já no Sudeste, a petista tem 47% e o tucano, 42%. No Norte e Centro-Oeste, há um dado semelhante ao do Ibope: 10 pontos de diferença (Dilma com 51% e Serra com 41%). No Sul, Serra se mantém na dianteira com 52% contra 40% de Dilma.
Quando se observa a curva de intenção de votos de Dilma Rousseff (PT) neste mês, nota-se que o Sudeste foi determinante para que a petista se estabilizasse como favorita, de acordo com o Datafolha.
Ela começou outubro com 41% contra 44% de José Serra (PSDB). No levantamento de ontem do Datafolha, a petista estava com 47% e o tucano havia deslizado para 42% --a vantagem é de cinco pontos a favor de Dilma
O Sudeste responde por 44% dos eleitores do país. Para vencer uma disputa presidencial é vital o candidato ter um bom desempenho em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A região abriga os dois mais vitoriosos governadores eleitos pelo PSDB. Geraldo Alckmin (SP) e Antonio Anastasia (MG), ambos liquidaram a fatura no primeiro turno.
O segundo maior líder nacional tucano, Aécio Neves, elegeu-se senador por Minas Gerais com expressiva votação. Ainda assim, neste segundo turno, foi efêmera a liderança numérica do candidato do PSDB a presidente no Sudeste.
Renda
Considerando o Ibope e analisando a segmentação dos eleitores por faixa de renda mostra que Dilma só não lidera isoladamente entre os que ganham mais de cinco salários mínimos, onde há empate técnico (47% para a petista e 46% para o tucano). Dentre os mais pobres, com renda de até um salário mínimo, a vantagem da petista é de 30 pontos (60% a 30%).
Escolaridade
A vantagem de Dilma sobre os eleitores de ensino fundamental é de 18 pontos (ela tem 55% e o tucano, 37%). Entre os de nível médio, a petista tem 49% enquanto Serra tem 40%. O tucano vira o jogo entre os eleitores de nível superior (ele tem 50% e Dilma, 37%). Os dados são do Datafolha.
Violência e debates
O Ibope perguntou aos entrevistados quem foram os responsáveis por episódios de confronto entre partidários dos dois candidatos ocorridos nos últimos dias. Para 21%, a iniciativa do confronto foi de simpatizantes de Dilma. Para 13%, a responsabilidade foi de serristas. Outros 19% afirmaram que os partidários de ambos são culpados pelos episódios. Nada menos que 40% dos entrevistados não souberam apontar os responsáveis pelos confrontos ou não tomaram conhecimento dos casos.
O Ibope também procurou medir os efeitos dos três debates realizados no segundo turno. Para 39% dos entrevistados, Dilma se saiu melhor. Outros 31% viram o desempenho de Serra como superior.
Só fato de grande repercussão muda tendência (por José Roberto de Toledo)
A ampliação da vantagem de Dilma na reta final do segundo turno dificulta muito a tentativa de Serra de virar a eleição na última hora. O tucano briga contra a inércia do eleitorado. A esta altura, só um fato novo de grande repercussão lhe daria chance de mudar a tendência do voto.
A petista se distancia do tucano em praticamente todos os segmentos importantes de renda, escolaridade e faixa etária. Nas maiores regiões, ela consolidou a proporção de 2 votos para 1 no Nordeste, e aumentou para dez pontos sua diferença no maior colégio eleitoral, o Sudeste.
O fator religioso, principal responsável por levar a eleição para o segundo turno, foi neutralizado. Dilma tirou a vantagem de Serra entre os evangélicos, ampliou sua diferença entre os católicos e recuperou parte dos eleitores agnósticos, ateus e de religiões não-cristãs.
A recomendação do papa aos bispos para que atuem politicamente no Brasil contra quem defenda o aborto poderia ser o fato novo esperado pelos partidários do tucano?
Para surtir efeito eleitoral, a manifestação de Bento 16 precisaria chegar rapidamente aos seguidores da Igreja e com força suficiente para reverter a preferência de 55% dos católicos pela petista. No primeiro turno, Dilma perdeu quatro pontos entre os católicos nos últimos dias de campanha.
Uma queda nessas proporções entre os católicos agora implicaria diminuir de 14 para 9 pontos a vantagem de Dilma no total. Sem contar o eventual efeito inverso que isso poderia resultar entre os evangélicos e eleitores anti-clericais.
Com a questão moral de lado, o bolso voltou a ser soberano na eleição. No começo do segundo turno, os programas sociais do governo federal brecaram a queda de Dilma e impediram que o tucano empatasse.
Mas foi no eleitorado não-bolsista que ela cresceu nas últimas duas semanas. Ele tem sido o responsável por aumentar sua diferença sobre Serra. Hoje, segundo o ibope, 2 em cada 3 eleitores da petista não participam de nenhum programa federal.
E por que esse eleitor declara voto nela? Muito provavelmente pelo bom momento da economia, que expande o emprego, a renda e, principalmente, o crédito para o consumo. Um indicador indireto disso é a avaliação do governo Lula.
Entre o terço de eleitores que dá nota 10 à atual gestão, Dilma tem 78% do total de votos. Entre os 15% que dão nota 9, ela tem 2 em cada 3 votos. O divisor de águas é a nota 8, que compreende 23% do eleitorado.
Nela, Serra chegou a empatar com Dilma no começo do segundo turno: 47% a 47%. Agora, a petista voltou a abrir uma pequena diferença, e lidera por 48% a 43%. De 7 para baixo, o tucano vence por larga margem, mas esses eleitores são apenas um quarto do eleitorado.
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