Por Eliane Catanhêde
A cinco dias da eleição, a pesquisa Datafolha cristaliza a diferença de Serra e Dilma em 12 pontos dos votos válidos e assim define virtualmente o segundo turno no próximo domingo. Serra não tem armas para lutar por mais votos, nem espaço no eleitorado para crescer e virar a eleição.
Lula, Dilma, o governo, o PT e seus aliados levaram um susto com o resultado do primeiro turno, no dia 3, depois de atravessar meses cantando vitória - e uma vitória que esperavam acachapante. Mas, desde o início, as condições têm sido mais favoráveis a Dilma, apesar das vantagens objetivas do candidato Serra.
Com seus 80% de popularidade, e uma gestão bem avaliada, Lula inventou a candidatura Dilma, passou dois anos empenhado em fazê-la conhecida nacionalmente e não teve pudor em colocar a administração direta, as estatais e todos os meios, maquiavelicamente, para eleger a sucessora. Não poupou nem mesmo o próprio cargo de presidente.
Serra lucrou bravamente, a bordo de seu currículo exemplar de ex-presidente da UNE, 14 anos de exílio, deputado federal, senador, prefeito de São Paulo, governador do Estado mais poderoso do país. Mas não tinha arsenal político e estratégico para enfrentar o canhão Lula e seu exército.
Na reta final, quando Dilma surgia com a cara inchada e parecendo descomposta pelo baque de não chegar nem a 47% no primeiro turno, os tucanos animaram-se com a perspectiva de virada. Mas Lula e Dilma multiplicaram a campanha petista por dois, um para um lado, outro para outro. E conseguiram imagens muito fortes para o programa eleitoral. Uma delas foi a reunião com os artistas no Rio, à frente Chico Buarque. Conseguiram dois efeitos: seguraram a sangria e impediram que os votos de Marina migrassem para o tucano.
Em cinco dias, não há mágica, nem eleitor sobrando para uma virada pró-Serra, mesmo com a perspectiva de que ele tenha melhor desempenho no principal debate de toda a campanha, o da TV Globo, na sexta-feira à noite. Isso pode reforçar a imagem positiva para o pós-campanha, mas, por si só, não é capaz de reverter o quadro.
A eleição, portanto, caminha para a eleição da primeira mulher presidente no Brasil. Ou, na prática, para um terceiro mandato de Lula. A ver.
Fotos: Folha de S. Paulo |
Lula, Dilma, o governo, o PT e seus aliados levaram um susto com o resultado do primeiro turno, no dia 3, depois de atravessar meses cantando vitória - e uma vitória que esperavam acachapante. Mas, desde o início, as condições têm sido mais favoráveis a Dilma, apesar das vantagens objetivas do candidato Serra.
Com seus 80% de popularidade, e uma gestão bem avaliada, Lula inventou a candidatura Dilma, passou dois anos empenhado em fazê-la conhecida nacionalmente e não teve pudor em colocar a administração direta, as estatais e todos os meios, maquiavelicamente, para eleger a sucessora. Não poupou nem mesmo o próprio cargo de presidente.
Serra lucrou bravamente, a bordo de seu currículo exemplar de ex-presidente da UNE, 14 anos de exílio, deputado federal, senador, prefeito de São Paulo, governador do Estado mais poderoso do país. Mas não tinha arsenal político e estratégico para enfrentar o canhão Lula e seu exército.
Na reta final, quando Dilma surgia com a cara inchada e parecendo descomposta pelo baque de não chegar nem a 47% no primeiro turno, os tucanos animaram-se com a perspectiva de virada. Mas Lula e Dilma multiplicaram a campanha petista por dois, um para um lado, outro para outro. E conseguiram imagens muito fortes para o programa eleitoral. Uma delas foi a reunião com os artistas no Rio, à frente Chico Buarque. Conseguiram dois efeitos: seguraram a sangria e impediram que os votos de Marina migrassem para o tucano.
Em cinco dias, não há mágica, nem eleitor sobrando para uma virada pró-Serra, mesmo com a perspectiva de que ele tenha melhor desempenho no principal debate de toda a campanha, o da TV Globo, na sexta-feira à noite. Isso pode reforçar a imagem positiva para o pós-campanha, mas, por si só, não é capaz de reverter o quadro.
A eleição, portanto, caminha para a eleição da primeira mulher presidente no Brasil. Ou, na prática, para um terceiro mandato de Lula. A ver.
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