Por Kennedy Alencar, da Folha.com   Quando ainda era presidente, Luiz Inácio Lula da Silva cometeu um erro  estratégico em relação ao próprio futuro. Deu corda em excesso à versão  de que não daria palpites no governo Dilma, de que precisa "desencarnar"  da Presidência, de que se dedicaria a retiros de pescaria.   Era uma forma de amenizar críticas a uma eventual tutela sobre o futuro  governo. O jornalista João Santana, marqueteiro da campanha petista,  insistia na tese de que era preciso eleitoralmente aproveitar a  proximidade com Lula, mas também começar a construção do que seria o  governo Dilma --aquela ideia meio esquisita de ocupar o espaço de rainha  no imaginário dos brasileiros.   Os elogios ao estilo Dilma (administrativo, sereno, pouco loquaz)  duraram até a primeira crise do governo, evento que acontece com todos  os governos. De repente, as qualidades viraram defeitos. A política é  como ela é. E a imprensa também. Por isso, Lula entrou em campo.   Crises preci...
textos, análises, notícias