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“A campanha já está nas ruas”


A frase acima que intitula este post foi dita pelo ministro Arnaldo Versiani ontem no ‘Encontro Imprensa e Eleições’, promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). Ele é o responsável por relatar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) as regras das eleições deste ano e considera natural que a campanha ganhe mais espaço durante este período pré-eleitoral.
“A verdade é que a campanha já está nas ruas, até com a aparição de pré-candidatos. Eu, sinceramente, sou do ponto de vista de que a propaganda deveria ser permitida, e até ser estendida. O período eleitoral propriamente dito, após 5 de julho, talvez seja muito curto”, disse Versiani.

Ainda assim, o ministro ressalta que a Justiça deve coibir abusos, mas fez uma afirmação muito interessante e correta sobre a veiculação de inserções dos candidatos na mídia: “Quanto mais propaganda, quanto mais a gente pudesse conhecer os candidatos, melhor seria”. Vale lembrar, no entanto, que o ministro votou em março pela aplicação de multa de R$ 10 mil ao presidente Lula por propaganda antecipada de Dilma Rousseff (PT).

Sobre a participação da imprensa, Versiani disse que é recomendável que os jornais dêem conhecimento aos leitores, em editoriais, se apóiam algum dos candidatos. Tanto Versiani quanto a vice-procuradora-geral eleitoral, Sandra Cureau, disseram ser contra a punição de órgãos da mídia por dar maior espaço a candidatos cuja posição ‘exerça um poder maior de atração sobre a imprensa’.

Concordo que a esta altura do campeonato os pré-candidatos poderiam já estar mais livres correndo contra o tempo para apresentar propostas, fazer campanha e buscar votos. A lei eleitoral atual é muito dura e não permite que os candidatos não assumam nem mesmo essa condição. Precisam se manter como pré-candidatos, numa espécie de pré-seleção para o pleito que se inicia só em julho.

Também concordo que a imprensa deva dar mais espaço aos candidatos que possuem maior densidade eleitoral, que realmente possuem um discurso coerente e estão aptos a discutir um futuro digno para o país, e que, de fato, estão no páreo na disputa pelo voto do eleitor e com condições de vencer. Acredito que isso já ocorre e também vejo que em 2010, a liberdade oferecida pela internet dará aos eleitores maiores condições de ter acesso a opiniões diversas e de conhecer e questionar os candidatos e suas propostas.

Leia mais:
Campanha já começou, diz ministro do TSE

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Comentários

Eloy Vieira disse…
ué.. dar mais espaço aos que tem mais chances de se elegerem? isso já não é feito? e os partidos menores, como é o caso de Marina Silva, merecem menos espaço na mídia tradicional só pq são pequenos?
Já é feito mas os veículos insistem em dizer que não. No caso específico da Marina Silva eu acredito que ela deva ter espaço pq ela tem algo a falar, mas outras figuras que não pontuam nem 1 ou 2 pontos nas pesquisas, devem ficar de fora, pois a quase absoluta totalidade destes possui um discurso utópico demais e pouco prático. Pra que perder tempo com eles?
Eloy Vieira disse…
Certo, válido seu ponto de vista, mas isso seria uma coisa quase anti-democrático (sou quase dramático né?), não é dever do jornalismo e da democracia mostrar todas as vertentes de forma igualitária?
Acho que deve mostrar sim desde que sejam coerentes e que sigam uma linha lógica. Certos candidatos têm umas ideias muito fora da realidade. Com esses acho que não devemos perder tempo. Devem sim ter espaço, mas algo bem mais modesto. Precisa passar por um filtro. É característica do jornalismo o critério da relevância.
Eloy Vieira disse…
eu me senti o advogado do diabo aqui kkkkkkkk, pq eu concordo com o q vc disse, esse negocio do filtro... só que seu argumento não ficou muito claro pra mim... ainda acho q o jornalismo e a democracia entram em choque aki na minha cabeça #viajei

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