Já estava mais do que na hora de João Alves declarar (claramente) que é candidato e que está disposto a um novo embate com Marcelo Déda, PT. Assim como Serra, João protelou – e ainda protela ao máximo – a oficialização da sua pré-candidatura. Ainda não se sabe que reflexos isso terá na campanha.
Neste sábado, dia 10, Serra lança oficialmente sua pré-candidatura em disputado evento que está sendo organizado pela cúpula do PSDB. O (atrasado) lançamento deveria ter ocorrido no início do ano, mas por imposição do ex-governador de São Paulo só irá ocorrer agora, depois do prazo final de desincompatibilização do cargo, e quando as pesquisas já sinalizam a aproximação de Dilma Rousseff, pré-candidata do PT, na intenção de voto do eleitor brasileiro.
Dilma deixou o cargo de ministra-chefe da Casa Civil na última quarta-feira, dia 30, mas antes disso, em fevereiro havia anunciado sua pré-candidatura e mais: desde dezembro, já aparecia na TV, na propaganda partidária e na imprensa, dividindo a cena com o presidente Lula, dando a entender que pretendia ser sua sucessora.
Aqui em Sergipe, Déda também conta com a conclusão de obras do seu Governo para se promover como candidato. Não que ele esteja utilizando estas solenidades para fazer propaganda partidária. Não o faz. A inauguração da ponte Joel Silveira na semana passada foi um bom exemplo disso. Déda se comportou muito bem e em nenhum momento deixou-se levar pela (tentadora) possibilidade de se promover enquanto candidato.
Mas ainda assim: é (quase) automática a associação da figura do governador ao provável candidato á reeleição. Neste sentido, o ex-governador João Alves está numa desvantagem natural na disputa pelo Governo e sua demora em se lançar candidato pode prejudicar ainda mais o seu desejo de retornar ao cargo de governador de Sergipe. João enfrenta dificuldades para fechar alianças, para encontrar um nome forte para a vice-governadoria e ainda não fechou a chapa com nomes competitivos para o Senado e está na dependência da decisão do senador Albano Franco.
Espera-se que a vinda de José Serra resolva esta questão e dê musculatura ao lançamento da candidatura de João e o torne (mais) competitivo na disputa com Déda. Serra em Sergipe pode dar a João, o que Déda esperava que a vinda de Lula lhe trouxesse, caso o presidente tivesse vindo inaugurar a ponte: fazer com o eleitor sergipano associe a imagem do candidato nacional ao local e renda a este último uma transferência de votos capaz de fazê-lo deslanchar nas pesquisas, coisa que não aconteceu nem com João e nem com Déda.
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Destaque para as observações encontradas no corpo do texto: são sábias e trazem maior compreensão do assunto. Aguardo o próximo post! De verdade!