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Márcio Macêdo reforça sergipanidade em discurso na Câmara


“Sergipe é um dos poucos Estados brasileiros a receber uma sessão solene na Câmara Federal. São os poderes se reconhecendo mutuamente e mais que isso, representa o encontro de duas instituições – o Estado de Sergipe e a Câmara – que nasceram mais ou menos no mesmo período e no mesmo contexto histórico – pouco mais de uma década após a transferência da Família Real para o Brasil”.  Foi com estas palavras que o deputado federal Márcio Macêdo (PT) ressaltou a importância da sessão especial realizada nesta terça-feira, 5, na Câmara Federal, em homenagem à emancipação de Sergipe.

Em seu discurso, o parlamentar fez um apanhado histórico dos 191 anos da independência do Estado em relação a Bahia, fez referência a personalidades sergipanas que exerceram mandato e falou sobre o crescimento econômico e social do Estado. Márcio frisou ainda o ineditismo da sessão, parabenizando o deputado federal André Moura (PSC) pela iniciativa, e parabenizou o Governo do Estado pela entrega da Medalha do Mérito Aperipê aos presidentes da Câmara, Marco Maia (PT), e do Senado, José Sarney (PMDB).

“Comemoramos, no dia 08 de julho a emancipação política de Sergipe. Esta data simboliza, para os sergipanos, um marco importante da origem de um processo, hoje já consolidado, que culminou em um Estado independente e economicamente autônomo, e em um povo livre, sendo, portanto, o fato mais importante da História do nosso Estado”, discursou Márcio durante a sessão solene, que contou com a presença do governador Marcelo Déda (PT), de seu vice, Jackson Barreto (PMDB), dos senadores Antônio Carlos Valadares (PSB) e Eduardo Amorim (PSC) e da maioria dos deputados federais sergipanos, além de outros parlamentares e ministros.

Emancipação
Ao falar como se deu à emancipação, Márcio Macêdo explicou que “Sergipe, desde 1537, esteve vinculado ao território baiano por força da divisão do Brasil em capitanias hereditárias, sendo que em 1696, o território sergipano veio a tornar-se comarca passando a ter autonomia jurídica. Entretanto, continuava dependente política e economicamente da Bahia. A disposição do regente em 1820 de emancipar Sergipe Del Rei é um período de grande prosperidade econômica na região. Naquela ocasião, Sergipe contava com mais de 200 engenhos de açúcar e importantes fazendas com grandes rebanhos bovinos”.

De acordo com o parlamentar, muitos interesses foram contrariados com a decisão da emancipação. “Empresários da indústria açucareira em Sergipe, vinculados à Bahia, apoiavam o movimento pela reanexação. Esse movimento contribuiu para a decisão da Bahia em mandar tropas para depor e prender o 1º governador de Sergipe, Carlos César Bulamarque, antes mesmo que completasse um mês de seu Governo. Mas, em dezembro de 1822, D. Pedro I reconheceu a decisão de D. João VI pela autonomia de Sergipe e seu primeiro governo - Manuel Fernandes da Silveira - tomou posse regularmente em 1824”, afirmou. Isto, segundo Márcio, despertou nos sergipanos um sentimento autonomista, que redundou na formação da identidade da sociedade sergipana.

Neste sentido, o deputado frisou que “para além do debate político contemporâneo acerca das classes sociais, que soaria extemporâneo, Sergipe viu nascer, crescer e se amalgamar gerações de homens ilustrados, eloqüentes e com um sentido de pertencimento a uma cultura que florescia e que, no entanto, dava sua contribuição aos fundamentos de algo que se denominou, mais tarde de ‘cadinho da cultura brasileira’”.

Sergipanos ilustres
Destas gerações, Márcio citou em plenário o nome de alguns importantes parlamentares sergipanos como Fausto Cardoso, Manoel Bonfim, Sílvio Romero, Orlando Dantas, Seixas Dória, e mais recentemente o senador Valadares, o vice-governador Jackson Barreto, o governador Marcelo Déda e o ex-senador José Eduardo Dutra.

Sobre Déda e Dutra, o deputado fez referências especiais. “Eles são dois dos quadros políticos da história recente que se destacaram nesse parlamento e na política brasileira. Minhas referências pessoais e políticas, aliás, não só minhas, mas de toda uma geração que, fazia militância política no final da década de 1980 e durante a década de 1990, que pintou o rosto e foi para as ruas para combater a corrupção no país, que continuou nas ruas para resistir ao início do processo neoliberal da política das privatizações”, afirmou.

Mudanças
Ainda em seu discurso, Márcio Macêdo ressaltou que “as mudanças que vem ocorrendo no Brasil na ultima década, fazendo com que o país se consolide na posição de referência internacional, também tem ocorrido no Nordeste por conta de uma nova geração de governadores que compreenderam esse novo momento histórico”. Neste cenário, o deputado citou especialmente o governador Marcelo Déda, que “tem promovido nos últimos anos, as ações estruturantes que consolidaram Sergipe como um pólo de desenvolvimento, com sustentabilidade”.

Sendo assim, o parlamentar acredita que é seu dever – e dos homens públicos do país – “seguir garantindo as conquistas e consolidando a posição estratégica do Nordeste nesse novo momento histórico do Brasil, que tem na presidenta Dilma Rousseff, a referência de sucesso de políticas públicas que continuam promovendo o desenvolvimento e combatendo a miséria, que já desolou o país, e em especial o Nordeste, no passado”.

Para finalizar, Márcio afirmou que “cada sergipano deve se sentir parte de um projeto que tem contribuído com um país que dá exemplo internacional e tem feito o dever de casa”. “A nossa juventude, longe da cair num imobilismo conformista e desmobilizador tem recebido as lições da História para que possa levar adiante a importância das nossas tradições, do nosso legado e do nosso maior patrimônio imaterial, a sergipanidade. Portanto, todos nós sergipanos, em qualquer parte do mundo e do país, somos um só coração. Viva o estado de Sergipe! Viva o povo sergipano”, completou o deputado, sob aplausos.

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