A informação de que o DEM e o PSDB avançam na formalização de uma "união compulsória" com vistas ao pleito de 2012 levará a sigla tucana a perder ainda mais força em Sergipe. Sem qualquer apreço pelo DEM (liderado pelo ex-governador João Alves Filho), os poucos que ainda restam no PSDB deverão buscar outro caminho. Alguns tucanos já anunciaram voo para outras siglas, por conta da saída do ex-governador Albano Franco da liderança do partido para abrir espaço para o empresário Adierson Monteiro. Com a aliança com o DEM, o quadro irá se agravar.
O que o DEM e o PSDB nacional estão alinhavando é uma união cuja ação principal será "dogmatizar" as alianças municipais entre os dois partidos: nas cidades em que o PSDB for mais forte, o DEM apoiará o candidato a prefeito, assim como os tucanos defenderão as candidaturas dos democratas nos locais onde estes tiverem mais chances de vitória. Isto não dará certo em Sergipe, principalmente em Aracaju, onde Adierson Monteiro (que já era para ter assumido a presidência do partido, não fosse a intervenção do Diretório Nacional) já afirmou diversas vezes que quer lançar candidato próprio.
Há um outro problema nesta união: a senadora Maria do Carmo e o deputado federal Mendonça Prado (ambos do DEM) não se agradam com a possibilidade de contar com Albano no mesmo palanque. E expressam isso publicamente. Foi este, inclusive, um dos motivos que levaram o ex-governador tucano a não apoiar João na eleição do ano passado.
Enquanto isso, o PSDB continua na base aliada do prefeito Edvaldo Nogueira. Em efeitos práticos, isto representa pouca coisa pra a governabilidade do prefeito comunista, já que na Câmara só há uma vereadora tucana. Mas na outra ponta da linha há nomes do PSDB ocupando espaço na administração de Edvaldo. Ou seja, o rompimento da aliança (algo muito protelado por Albano) tende a enfraquecer os tucanos e não representa alteração significativa no quadro da oposição na Câmara de Aracaju.
Ao mesmo tempo, dois nomes do PSDB já anunciaram que vão para o PSD, que em Sergipe é de Marcelo Déda, o governador. O prefeito de Estância, Ivan Leite (grande figura do partido, bom gestor, reeleito e bem avaliado) e o inexpressivo deputado estadual Luiz Mitidieri irão engrossar as fileiras do tão polêmico novo partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
A saída de Ivan se dá porque ele queria liderar o partido. Não acha justo que a sigla seja dada a Adierson, um político novo, que tem em seu histórico partidário apenas a condição de candidato a suplente de Albano Franco na fracassada disputa pelo Senado em 2010. Com mais sabedoria, Albano faria bem ao seu partido se entregasse a Ivan a presidência estadual do partido. Mas não o fez. Perdeu um bom nome.
Por falar em Albano, em efeitos práticos, ele nada faz para dar sobrevida a "seu" PSDB. O pronome possessivo "seu" empregado na frase anterior aparece entre aspas porque ele é bem relativo. Desde a eleição do ano passado que o Diretório Nacional interfere nas decisões políticas tomadas por Albano. Primeiro forçou a aliança com o DEM para garantir tempo de TV e de rádio para João em 2010 e agora impediu a convenção que daria a Adierson Monteiro a presidência estadual do partido.
Ainda sobre Albano, o que se sabe é que ele estaria muito incomodado com a articulação feita por João Alves que levou ao cancelamento da convenção que ocorreria no mês passado. Acha que ele está se intrometendo em casa alheia, em assuntos que não lhe dizem respeito. Pelo menos, não diretamente. Não deixa de ser uma verdade e só reforça a máxima desta análise de que os tucanos ficarão em frangalhos por conta de mais um capítulo do casamento forçado entre DEM e PSDB.
Neste cenário de auto-destruição, a aliança compulsória com o DEM de João Alves é só um golpe de misericórdia. Ao que parece, os (poucos) tucanos irão seguir um conselho de Mitidieri: "com essa intervenção, se eu fosse Albano e Adierson, eu entregaria o partido ao Diretório Nacional e me filiaria a outra sigla". O dono do conselho já está fazendo isso.
O que o DEM e o PSDB nacional estão alinhavando é uma união cuja ação principal será "dogmatizar" as alianças municipais entre os dois partidos: nas cidades em que o PSDB for mais forte, o DEM apoiará o candidato a prefeito, assim como os tucanos defenderão as candidaturas dos democratas nos locais onde estes tiverem mais chances de vitória. Isto não dará certo em Sergipe, principalmente em Aracaju, onde Adierson Monteiro (que já era para ter assumido a presidência do partido, não fosse a intervenção do Diretório Nacional) já afirmou diversas vezes que quer lançar candidato próprio.
Há um outro problema nesta união: a senadora Maria do Carmo e o deputado federal Mendonça Prado (ambos do DEM) não se agradam com a possibilidade de contar com Albano no mesmo palanque. E expressam isso publicamente. Foi este, inclusive, um dos motivos que levaram o ex-governador tucano a não apoiar João na eleição do ano passado.
Enquanto isso, o PSDB continua na base aliada do prefeito Edvaldo Nogueira. Em efeitos práticos, isto representa pouca coisa pra a governabilidade do prefeito comunista, já que na Câmara só há uma vereadora tucana. Mas na outra ponta da linha há nomes do PSDB ocupando espaço na administração de Edvaldo. Ou seja, o rompimento da aliança (algo muito protelado por Albano) tende a enfraquecer os tucanos e não representa alteração significativa no quadro da oposição na Câmara de Aracaju.
Ao mesmo tempo, dois nomes do PSDB já anunciaram que vão para o PSD, que em Sergipe é de Marcelo Déda, o governador. O prefeito de Estância, Ivan Leite (grande figura do partido, bom gestor, reeleito e bem avaliado) e o inexpressivo deputado estadual Luiz Mitidieri irão engrossar as fileiras do tão polêmico novo partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
A saída de Ivan se dá porque ele queria liderar o partido. Não acha justo que a sigla seja dada a Adierson, um político novo, que tem em seu histórico partidário apenas a condição de candidato a suplente de Albano Franco na fracassada disputa pelo Senado em 2010. Com mais sabedoria, Albano faria bem ao seu partido se entregasse a Ivan a presidência estadual do partido. Mas não o fez. Perdeu um bom nome.
Por falar em Albano, em efeitos práticos, ele nada faz para dar sobrevida a "seu" PSDB. O pronome possessivo "seu" empregado na frase anterior aparece entre aspas porque ele é bem relativo. Desde a eleição do ano passado que o Diretório Nacional interfere nas decisões políticas tomadas por Albano. Primeiro forçou a aliança com o DEM para garantir tempo de TV e de rádio para João em 2010 e agora impediu a convenção que daria a Adierson Monteiro a presidência estadual do partido.
Ainda sobre Albano, o que se sabe é que ele estaria muito incomodado com a articulação feita por João Alves que levou ao cancelamento da convenção que ocorreria no mês passado. Acha que ele está se intrometendo em casa alheia, em assuntos que não lhe dizem respeito. Pelo menos, não diretamente. Não deixa de ser uma verdade e só reforça a máxima desta análise de que os tucanos ficarão em frangalhos por conta de mais um capítulo do casamento forçado entre DEM e PSDB.
Neste cenário de auto-destruição, a aliança compulsória com o DEM de João Alves é só um golpe de misericórdia. Ao que parece, os (poucos) tucanos irão seguir um conselho de Mitidieri: "com essa intervenção, se eu fosse Albano e Adierson, eu entregaria o partido ao Diretório Nacional e me filiaria a outra sigla". O dono do conselho já está fazendo isso.
Comentários
O DEM, travado pelo PSDB (que a cada eleição aumenta a dosagem, o tom de radicalismo), não consegue emergir capacidade própria, nem lideranças novas. Fica assistindo a brigona SP x MG, ou Serra e FHC X Aécio e outros. No final, apõe o polegar homologando o que o PSDB decidiu. Tanto lá, como cá, o clima de desconfiança e de discordâncias de rumo são solares.
Mas o pior de tudo numa fusão(?)- diria confusão - dessa (PSDB / DEM) é que ambos os partidos não têm um projeto para o Brasil. São apenas pobres reprodutores do que a Folha de São Paulo noticia. Basta assistir à duas ou três sessões na TV Senado para perceber a sincronia. À Folha, até pertine o papel, mas ao PSDB e DEM... só marretar... de que tudo está errado desde Darwin... tss tss.
Descendo do olimpo político e observando a sociedade, o que eles têm para mostrar? Se está tudo ruím, o que pretendem fazer? E têm histórico para isso? A sociedade já respondeu, por três vezes, conferindo um eloquente NÃO a esse dueto PSDB.
Saindo do campo nacional, uma aliança entre DEM e PSDB aqui em Sergipe, visando 2012, tem uma atmosfera menos belicosa do que em 2010, mas não menos confusa e problemática. Faltarão apenas soldados. Albano pode firmar todo tipo de acordo com João, mas somente ele. Perceberá, rapidamente, que está indo ao mesmo cortejo fúnebre e não quererá repetir a experiência de 2006, quando perdeu históricos aliados, como Ulisses, Jorge Araújo, Bosco Costa, entre outros. Agora, em 2011, Mittidieri já abriu a 2ª temporada de revoada tucana. Será que os correligionários que continuaram e continuarão com ele merecem o sacrifício (ou sacrilégio) imposto pelo DEM?
A vida de Albano longe do DEM, que sempre o execrou, sempre o diminuiu, sempre o banalizou, é bem melhor. O que João oferece é apenas o carinho circunstancial de D. Maria e Mendonça Prado.
Passados os pleitos, levantados os defuntos, muito a se publicar.