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"É minha obrigação que as coisas melhorem no país", diz Dilma para Hebe

Na entrevista que concedeu a Hebe Camargo e que foi veiculada ontem pela Rede TV, a presidente Dilma Rousseff (PT) falou sobre a importância da mulher, sobre o câncer, anunciou seu projeto de combate as drogas, se disse consciente do seu papel enquanto chefe do Estado brasileiro e também falou sobre vaidade, sua fama de durona e fé. Foi uma entrevista muito bem conduzida, onde a presidente se mostrou bem-humorada e segura.

Hebe iniciou a entrevista falando da "honra" de estar com Dilma, se disse emocionada por estar no Palácio da Alvorada mesmo tendo mais de 60 anos de carreira e afirmou que "Dilma tem uma doçura que não achava que ela tinha". Dilma retribuiu as palavras da apresentadora e se disse feliz em saber que Hebe estava emocionada.

Mulher
Ao falar sobre o fato do Brasil estar sendo dirigido hoje por uma mulher, Dilma disse que "é justo que as mulheres tivessem uma representação. "As mulheres representam mais de 50% da população e representam ainda seus filhos, ou seja, as crianças e os jovens. Então é justo", afirmou.

Palácio
Dilma confessou que ainda não está acostumada com o tom solene do Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Ela disse preferir a Granja do Torto, a “casa de campo” do governo. "Morar no palácio não é muito bom, porque o palácio não foi feito para morar. Pela minha representação, eu tenho de morar aqui. Mas, sempre que posso, fujo lá para o Torto, que é mais aconchegante.

Nova rotina
Quando Hebe perguntou a Dilma sobre sua rotina, a presidente lamentou a falta de liberdade trazida pela função e contou que trabalha cerca de 12 horas praticamente todos os dias, entre 9h e 21h.

Quando questionada por Hebe sobre a perda de privacidade por ser presidente, Dilma respondeu: "Não é bom perder a possibilidade de andar na rua, entrar na padaria, tomar um café, comprar um livro, olhar uma roupa. Mas é um período. Eu não nasci presidente, eu estou presidente nesse período, e tenho de desempenhar da melhor forma possível, porque é uma grande honra ser presidente de um país como o Brasil".

História de vida
A presidente contou um pouco da sua história de vida. Falou que nunca quis ser presidente ("queria ser bailarina, depois bombeira, quando eu tinha quatro, cinco anos de idade) e contou sobre sua entrada na política, ainda no colégio, durante o Ensino Médio. "Minha geração foi uma geração que se motivou e que achava que podia mudar o mundo", ressaltou. Dilma ainda disse que "nunca fui vereadora, nem governadora, nem deputada, mas sempre fui ligada ao serviço público. Acho que fui a primeira secretária de fazenda de capital em 1986", reiterou. A presidente também falou rapidamente que foi presa política em 1971 e 1972.

"Estou vivendo o livro"

Hebe quis saber se Dilma já pensou em escrever um livro e Dilma retrucou: "Atualmente eu estou vivendo o livro". Sobre a rotina de presidente, ela afirmou que trabalha doze horas por dias entre 9h e 21h. "No governo tem que trabalhar muito. O difícil de fazer no governo é fazer acontecer", frisou.

Erradicação da miséria
Sobre seu programa de governo, que promete a erradicação da miséria, a Dilma disse que fará através de duas frentes: "com renda, portanto com trabalho, pra manter que as pessoas possam se manter e a outra coisa, que considero mais importante, é a Educação". Ela ressaltou ainda que se comprometeu em melhorar a saúde pública.

Vaidade
Em relação a vaidade, Hebe perguntou se Dilma se preocupa com a roupa que irá usar. Ela respondeu: "a gente tem de ter a roupa mais fácil possível. Se tiver uma roupa simples e sóbria, você vai estar bem em qualquer lugar. Não tenho tido muito problema não". Para a presidente, o preto é sua cor predileta.

"Você é vaidosa?", quis saber Hebe. "Eu acho que sou, mas sou mais distraída", respondeu Dilma. "O que indispensável na sua bolsa?", retrucou. "Ponho tanta coisa. Tem que ter óculos, batom e um pozinho. Além disso, tenho muito papel na minha bolsa", completou a presidente.

Câncer
"Me perguntaram o que eu achava de ficar careca e eu disse que gostava muito de tomar banho e molhar minha cabeça todos os dias. O meu cabelo caiu todinho, eu usei a peruca e depois o cabelo voltou mais forte. As pessoas têm que saber que o câncer é uma doença totalmente dominada hoje. Se for no médico e fizer o diagnóstico tem a possibilidade da cura. A mulher tem que cuidar do câncer de mama e o homem, do de próstata", afirmou Dilma, com muito bom-humor.

"Estou absoltamente curada. Tenho que tomar cuidados. tem que fazer exames sempre, cada vez com uma distancia maior. Me sinto muito bem, faço muita ginastica e caminhada. Tem que se cuidar", completou.


Hebe perguntou qual o santo preferido da presidente. "Gosto muito de Nossa Senhora Aparecida", respondeu. E ao falar sobre Deus, ela afirmou que "tem uma frase bonita de Guimarães Rosa que diz que Deus existe mesmo quando não se acredita nele". Dilma ganhou um olho grego de Hebe e uma colar com a palavra "Vida" grafada.

Música
Quando falou de música, uma de suas paixões, Dilma elogiou Roberto Carlos e arriscou cantarolar trechos de alguns dos sucessos do rei. Após recitar versos do clássico Detalhes, ela começou a cantar Amigo, mas parou logo depois da primeira frase. "Eu já cantei, porque a gente perde o senso crítico em alguns momentos da vida. Mas não tenho voz para cantar. Ele [Roberto Carlos] é uma unanimidade no Brasil, de todas as idades, de todas as categorias", disse.

Sobre uma mania, Dilma disse que nao consegue dormir sem ler.

"Como é a Dilma brava?"
"O que eu acho que acontece é que a mulher não é vista como sendo capaz de dirigir, isso é vista com uma certa dureza, como algo falso, por isso parece que sou durona. Eu sou uma pessoa que exigo, tenho que prestar contas pro provo e por isso eu me cobro. Eu cobro as pessoas da mesma forma como eu me cobro. Na vida pública é minha obrigação que as coisas melhorem no país. Quero sair da presidência com o pais avançando mais um passo e que a vida das pessoas esteja melhor. Podem ter certeza que eu vou exigir, mas antes vou exigir de mim para dar o exemplo"

Crack
 "É uma coisa dificil de combater, mas tem que combater de todas as formas. Na quinta-feira lançamos um programa com as 46 univiersidades públicas de formação de pessoas que trabalham com prevenção, asisstência e atendimento de drogados. Vai ter que se tornar um serviço comunitário. Meu grande desafio junto com o ministro da justiça é criar uma politica de combate ao tráfico nas fronteiras e colocar em prática esse policiamento de fronteira, pra reduzir a entrada das drogas", explicou. Hebe aplaudiu.

Assista a entrevista nos links
Parte 1
Parte 2

Parte 3

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