O deputado federal Márcio Macedo (PT) entrou ontem, 14, com uma ação cível contra o presidente do Sindicato dos Jornalistas de Sergipe, George Washington, e contra o presidente do Instituto Acauã, Antônio José de Góis, o Goisinho. Os dois acusam o deputado federal de favorecer a empresa Estre Ambiental na concessão de uma licença ambiental para instalação de um aterro sanitário em Rosário do Catete.
A denúncia já foi rejeitada pelo Ministério Público Estadual (MPE) na semana passada. Em entrevista de rádio na manhã de hoje, Márcio Macedo disse que “a denúncia é de uma irresponsabilidade sem tamanho”. Na quarta-feira, 16, o deputado entrará com uma ação criminal contra Washington e Goisinho.
“A denúncia é feita toda em cima de suposições. Ela faz supor que a empresa doou R$ 2,7 milhões ao PT e supõe que o partido transferiu parte deste valor para minha campanha e que por isso, eu facilitei as licenças ambientais para esta empresa quando fui secretário”, afirmou Márcio. Para o deputado, houve uma tentativa de desmoralizá-lo politicamente e atingir sua honra. “Queriam manchar a minha eleição”, ressaltou.
Márcio explicou que ainda não havia se pronunciado sobre o assunto porque estava envolvido nas atividades parlamentares e por ter percebido que a denúncia tinha conotação política. “Não falei antes porque estava concentrado em Brasília para começar bem e honrar os meus conterrâneos. E porque percebi que havia uma tentativa de desgaste público contra mim. Foi tudo muito cronometrado. Eu usei a tribuna da Câmara na quinta-feira, o que repercutiu muito bem em Sergipe. Na noite da sexta-feira, explodiu essa denúncia contra mim, que passou o final de semana inteiro repercutindo. Pra mim este assunto se encerra aqui. Agora eu vou debater na Justiça”, disse.
Primeiros dias
Na entrevista concedida ao radialista Gilmar Carvalho, Márcio Macedo ressaltou ainda que fez “uma campanha organizada, competente e decente” no pleito de 2010. Ao longo do programa de rádio, o deputado respondeu também a perguntas dos ouvintes e falou das suas primeiras participações na tribuna da Câmara.
“Foram duas semanas de trabalho duro, fiz uma opção de ficar lá direto, para me ambientar, conhecer. Agora começam as definições de comissão. E fiz uma boa estreia. Estou muito satisfeito e feliz, pois já fiz três pronunciamentos. No 1º, agradeci ao povo do meu Estado, reafirmei os meus compromissos de campanha e os compromissos com os Governos Déda e Dilma. Na 2ª oportunidade, falei da medida provisória 504, que autoriza a Embrapa a ter escritórios internacionais. E na 3ª vez resolvi mexer num vespeiro, pois apresentei um requerimento para rediscutir o Código Florestal, que estão querendo votar em março, mas que ainda precisa de alterações. A gente não pode deixar que o processo seja aprovado sem discutir. A Câmara foi renovada em 46% dos seus quadros. Então nós temos que ter acesso a matéria antes de votar”, afirmou.
MPE e Adema
Na quinta-feira, 9, o Ministério Público Estadual, através do promotor Gilton Feitosa, julgou improcedente a representação feita pelo Instituto Acauã e pelo Sindicato dos Jornalistas contra a Adema por ter concedido licença ambiental prévia e de instalação a empresa Estre Ambiental para construção do aterro sanitário.
Antes, no dia anterior, o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos e presidente da Adema, Genival Nunes, já havia convocado uma coletiva de imprensa para esclarecer os pontos questionados pelas entidades que apresentaram a denúncia. “Não existe nenhuma irregularidade nem envolvimento político no processo de licença ambiental referente à construção do aterro”, afirmou.
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