Por Valdo Cruz, Simone Iglesias e Breno Costa, da Folha de S. Paulo
O retrato oficial nos gabinetes ainda é o de Lula, mas o estilo de trabalho da nova presidente Dilma Rousseff, pelo menos na primeira semana de trabalho, tem diferenças do adotado pelo seu antecessor e criador.
Dilma evitou se expor, dedicou-se mais às reuniões e mostrou que, diferentemente de Lula, quer mais rapidez nas decisões do governo.
Segundo um auxiliar da petista que trabalhou com Lula, Dilma mostra que "vai agir rapidamente e não quer deixar os problemas se agravarem para resolvê-los".
Outro assessor cita o câmbio como exemplo do novo estilo presidencial. Na última quarta, a presidente questionou o ministro Guido Mantega (Fazenda) se havia "alguma bala na agulha" para deter a valorização do real.
Segundo esse auxiliar, Dilma avalia que a situação cambial é grave, e o governo não pode "ficar esperando as coisas melhorarem".
Mantega respondeu que o Banco Central estudava medidas desde o ano passado. Ela pediu então que ele entrasse em contato com o presidente do BC, Alexandre Tombini, para checar se havia algo pronto.
Diante da resposta positiva, algumas horas depois a assessoria do BC convocava uma entrevista para o dia seguinte, quando foi anunciada a medida para combater a desvalorização cambial.
Dilma também repreendeu o general José Elito Siqueira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, um dia depois de ele ter dito que a existência de desaparecidos políticos no país não deve ser motivo de vergonha.
Imediatamente, checou com sua equipe se alguém estava presente na cerimônia em que o general discursou, pediu detalhes e o convocou.
Dilma tentou evitar uma crise sem criar outra, contou um assessor, que prefere não se identificar --a presidente se irrita com vazamentos. Em suas palavras, ela foi "rigorosa" e "cuidadosa".
A presidente também repreendeu Mantega por anunciar que seu governo vetaria qualquer aumento do salário mínimo acima dos R$ 540. Segundo um assessor, ela foi direta: ministro sugere, presidente é quem veta.
Habituada desde a época da Casa Civil a almoçar no seu gabinete, na terça Dilma telefonou para o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) pedindo que fosse ao Planalto. Ele estava almoçando e pediu 15 minutos. A presidente deu a ordem: "Embrulha e vem comer aqui".
O almoço de Dilma é entregue por funcionários da Granja do Torto todos os dias no gabinete presidencial. Para não comer sozinha, chama ministros da casa ou auxiliares. Lula raramente almoçava no Planalto ou na rua. Por insistência de dona Marisa, ia para o Alvorada.
Jorge Araújo/Folhapress |
Dilma evitou se expor, dedicou-se mais às reuniões e mostrou que, diferentemente de Lula, quer mais rapidez nas decisões do governo.
Segundo um auxiliar da petista que trabalhou com Lula, Dilma mostra que "vai agir rapidamente e não quer deixar os problemas se agravarem para resolvê-los".
Outro assessor cita o câmbio como exemplo do novo estilo presidencial. Na última quarta, a presidente questionou o ministro Guido Mantega (Fazenda) se havia "alguma bala na agulha" para deter a valorização do real.
Segundo esse auxiliar, Dilma avalia que a situação cambial é grave, e o governo não pode "ficar esperando as coisas melhorarem".
Mantega respondeu que o Banco Central estudava medidas desde o ano passado. Ela pediu então que ele entrasse em contato com o presidente do BC, Alexandre Tombini, para checar se havia algo pronto.
Diante da resposta positiva, algumas horas depois a assessoria do BC convocava uma entrevista para o dia seguinte, quando foi anunciada a medida para combater a desvalorização cambial.
Dilma também repreendeu o general José Elito Siqueira, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, um dia depois de ele ter dito que a existência de desaparecidos políticos no país não deve ser motivo de vergonha.
Imediatamente, checou com sua equipe se alguém estava presente na cerimônia em que o general discursou, pediu detalhes e o convocou.
Dilma tentou evitar uma crise sem criar outra, contou um assessor, que prefere não se identificar --a presidente se irrita com vazamentos. Em suas palavras, ela foi "rigorosa" e "cuidadosa".
A presidente também repreendeu Mantega por anunciar que seu governo vetaria qualquer aumento do salário mínimo acima dos R$ 540. Segundo um assessor, ela foi direta: ministro sugere, presidente é quem veta.
Habituada desde a época da Casa Civil a almoçar no seu gabinete, na terça Dilma telefonou para o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) pedindo que fosse ao Planalto. Ele estava almoçando e pediu 15 minutos. A presidente deu a ordem: "Embrulha e vem comer aqui".
O almoço de Dilma é entregue por funcionários da Granja do Torto todos os dias no gabinete presidencial. Para não comer sozinha, chama ministros da casa ou auxiliares. Lula raramente almoçava no Planalto ou na rua. Por insistência de dona Marisa, ia para o Alvorada.
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