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Edvaldo, o pé-frio da eleição

Foto: Ana Lícia Menezes
O prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, PC do B, experimentou o gosto mais amargo das urnas. Ele não conseguiu dar a nenhum de seus candidatos votação expressiva na capital. A começar pela presidenciável Dilma Rousseff, passando pelo governador Marcelo Déda, triscando em Albano Franco, derrubando Tânia Soares e chegando até a Valadares Filho. Decepcionante!

Eis os números: Dilma perdeu para Serra na capital por uma diferença de 15.320 votos. Enquanto o tucano obteve 118.609 votos, a petista foi opção de voto de 103.289 aracajuanos.

Marcelo Déda perdeu em Aracaju por uma diferença de 5.536 votos para João Alves Filho. O placar foi de 139.147 para o demista contra 133.611 do petista.

O candidato não-declarado, mas o mais amado por Edvaldo para o Senado, Albano Franco ficou em quarto lugar na capital. Perdeu até para Machado. Enquanto na disputa estadual, o ex-governador tucano ficou em 3º lugar, em Aracaju amargou a 4ª colocação. Machado teve 86.354 votos e Albano, 77.982 votos.

A maior decepção, no entanto, está na candidata à deputada estadual do prefeito. Não se elegeu e ficou como 2ª suplente. No Estado, a candidata somou 19.152 votos. Em Aracaju, foram pífios 9.926 votos para a ex-deputada, que ficou como a quinta mais votada entre os aracajuanos, perdendo para Adelson Barreto, capitão Samuel, Garibalde e Robson Viana. Tânia repetiu praticamente os mesmos números de 2006, quando, na capital, obteve 9.873 votos.

Para o deputado federal Valadares Filho, Edvaldo “transferiu” 21.232 votos, garantido ao primeiro mais votado no Estado (isso sem consideramos os votos de Rogério Carvalho), a 4ª colocação na capital. Em Aracaju, Valadares Filho teve menos votos do que Mendonça, Laércio e Iran. Com os votos de Rogério computados, ele deverá cair para o 5º lugar. Em 2006, o filho de Valadares teve 20.332 votos na capital. Praticamente os mesmos índices de agora.

Vale ressaltar que o prefeito Edvaldo Nogueira se recusou a apoiar o candidato do seu partido, Adval Lima. Só com a força da militância do PC do B, Lima ainda conseguiu 5.322 votos. O prefeito virou às costas para o partido, como tem feito há um bom tempo, recusando-se ao debate interno e estabelecendo acordos sem ouvir os militantes da sigla.

O governador Déda parece que entendeu o recado. Desde a noite do domingo, após o resultado das urnas, tem afirmado que Aracaju “mandou um duro recado”, “Precisamos escutar esse recado e compreender a lição que a urna nos deu”, disse o petista na coletiva ontem.

Mais do que isso o prefeito precisa repensar as ações de sua gestão. Precisa estar atento ao que ocorre na periferia da capital. O que está sendo feito pelos bairros Santa Maria e Coqueiral? Sobre a Zona de Expansão, o questionamento é o mesmo.

Ao invés de promover eventos para anunciar que vai a Brasília solicitar recursos, o prefeito deve colocar as máquinas nas ruas, para resolver os problemas mais dramáticos da capital. Deve ser um prefeito mais acessível, mais solícito, mais preocupado com o povo.

Amanhã ele fará uma reunião com o secretariado e espero que não seja apenas para dizer que faltou engajamento na eleição, mas para rever projetos e dar ordens para que se trabalhe ativamente pela capital.

O recado atingiu Déda, que há quatro anos, era o prefeito. Ele, como governador, também negligenciou. Apenas no começo de 2010 lançou o projeto Sergipe Capital, com uma série de obras para Aracaju. Precisa desenvolver ações mais efetivas.

Os ecos de 2012 já se fazem ouvir. As vaias contra Edvaldo no domingo durante a festa de comemoração da vitória de Déda são só um sinal. Mas ainda faltam dois anos para a próxima eleição. Dá para virar o quadro. E deve-se virar o quadro não (só) para se ganhar eleição, mas para reconquistar a confiança do povo e dar ao cidadão o que ele realmente precisa.

Comentários

Anônimo disse…
A votãção impressiona agora para não pegar ninguém de surpresa em 2012. Edvaldo é um pseudo-político. Ser a sombra de Déda - que deu um recado ao seu aliado duas vezes ao comentar o resultado dos votos - atesta isto. É a hora de surgir um novo nome. E bem melhor.
Rodrigo Rocha disse…
Vc conquista um pouco mais da minha admiracão a cada post. Siga em frente! (sem trocadilho) rsrsrsrs Sou seu leitor assíduo!
Edson Júnior disse…
Parabéns pela análise e, a ela, gostaria de fazer algumas colocações. Creio que Tânia tenha ficado na 3ª suplência, sendo antecedida por Gilmar e Pastor Antônio, o que aumenta mais o fosso. Edvaldo saiu enfraquecido, sim. Sua leitura está correta. Segundo conversas de bastidores, antes do pleito, a pretensão era "bombar" Tânia para chegar em 2012 com capital político influente. Não deu. Imagine a ginástica agora. Magal deve estar na berlinda. Mas além disso, forças aliadas e da oposição já queriam "startar" 2012 e jogaram pra cima, fazendo pendulos irregulares, ora em direção à Déda, ora João. Alguns, mais declarados, não fizeram tanto segredo, tanto em palanques como em estrutura material. Acho que não é preciso comentar a invasão promovida por Almeida Lima em Socorro e em vários setores de Aracaju. É 2012 e o projetinho de vingança sobre Jackson. No final, deu errado, como dará em 2012. Quem espera que João seja uma Fênix, já dá sinais de colapso do agrupamento, que não consegue emergir novas lideranças. Aliás, sobre o DEM, é dramática sua situação nos Estados e no Brasil. Após o 2º turno presidencial haverá muitas defecções e a sigla emagrecerá em níveis de inanição. Para muitos, ficar 8 anos fora do poder... nao dá! Em breve, veremos o samba composto nas conversas políticas. Apesar dos sofismas da oposição, o grande derrotado destas eleições é João Alves Filho, sim. Perdeu pela segunda vez para Déda, viu sua bancada na Assembléia diminuir, arrebentou com Machado, quase não faz Mendonça e tem tudo para que, Dilma vencendo as eleições, fique sem nenhum porto para fazer política e vá definhando. Além do mais, a Operação Navalha continua em curso e articulada com a Lei da Ficha Limpa, é uma real ameaça às pretensões de João, seja em 2012 ou mais além. Diz-se que quando o cavalo passa selado, tem que montar. Será que o cavalo de João não atendia pelo nome de senado? Um outro detalhe, aliás, dois: Anderson Góis e Nilson Lima. Ambos com pretensão em 2012 e ambos com o carimbo de João Alves na testa e crachá pendurado no peito. Anderson teve pouco mais de 6 mil votos. Acho que ele próprio ficou surpreso. Acho que todos ficamos. Parece não ter sido atendido por lideranças que possam ter-lhes sido prometidas por João. Na disputa da prefeitura, pelo PCB, teve mais votos. Quase 15 mil. Sua decisão política parece não ter sido a mais adequada, digamos assim, em termos de projeto pessoal, sobre o qual, diga-se, é legítimo para qualquer político. Nilson, o segundo detalhe, foi guardado num guarda-roupas e as chaves lançadas ao mar. Pregou a praguinha de João no peito, mas foi obrigado ao silêncio obsequioso. Para a população, "um ilustríssimo desconhecido da silva", embora seja um competente técnico e um ser afável. Se ambos decidirem partir para o jogo de 2012 como cabeça de chapa, quem será ungido por João? Nenhum dos dois! Os projetos políticos dele (João) orbitam no entorno familiar. Até Machado fica fora e quando entra se ferra, como foi agora. Creio que para Anderson até a candidatura a vereador é complicada. Nilson, apesar de João, tem mais densidade, mas foi escondido como um produto novo, mas já vencido. Em síntese, João foi derrotado por Déda (disputa pelo governo do Estado) pela segunda vez, minguou seu agrupamento e manchou lideranças emergentes. Esse é o resultado das eleições.
Edson Júnior disse…
Parabéns pela análise e, a ela, gostaria de fazer algumas colocações. Creio que Tânia tenha ficado na 3ª suplência, sendo antecedida por Gilmar e Pastor Antônio, o que aumenta mais o fosso. Edvaldo saiu enfraquecido, sim. Sua leitura está correta. Segundo conversas de bastidores, antes do pleito, a pretensão era "bombar" Tânia para chegar em 2012 com capital político influente. Não deu. Imagine a ginástica agora. Magal deve estar na berlinda. Mas além disso, forças aliadas e da oposição já queriam "startar" 2012 e jogaram pra cima, fazendo pendulos irregulares, ora em direção à Déda, ora João. Alguns, mais declarados, não fizeram tanto segredo, tanto em palanques como em estrutura material. Acho que não é preciso comentar a invasão promovida por Almeida Lima em Socorro e em vários setores de Aracaju. É 2012 e o projetinho de vingança sobre Jackson. No final, deu errado, como dará em 2012. Quem espera que João seja uma Fênix, já dá sinais de colapso do agrupamento, que não consegue emergir novas lideranças. Aliás, sobre o DEM, é dramática sua situação nos Estados e no Brasil. Após o 2º turno presidencial haverá muitas defecções e a sigla emagrecerá em níveis de inanição. Para muitos, ficar 8 anos fora do poder... nao dá! Em breve, veremos o samba composto nas conversas políticas. Apesar dos sofismas da oposição, o grande derrotado destas eleições é João Alves Filho, sim. Perdeu pela segunda vez para Déda, viu sua bancada na Assembléia diminuir, arrebentou com Machado, quase não faz Mendonça e tem tudo para que, Dilma vencendo as eleições, fique sem nenhum porto para fazer política e vá definhando. Além do mais, a Operação Navalha continua em curso e articulada com a Lei da Ficha Limpa, é uma real ameaça às pretensões de João, seja em 2012 ou mais além. Diz-se que quando o cavalo passa selado, tem que montar. Será que o cavalo de João não atendia pelo nome de senado? Um outro detalhe, aliás, dois: Anderson Góis e Nilson Lima. Ambos com pretensão em 2012 e ambos com o carimbo de João Alves na testa e crachá pendurado no peito. Anderson teve pouco mais de 6 mil votos. Acho que ele próprio ficou surpreso. Acho que todos ficamos. Parece não ter sido atendido por lideranças que possam ter-lhes sido prometidas por João. Na disputa da prefeitura, pelo PCB, teve mais votos. Quase 15 mil. Sua decisão política parece não ter sido a mais adequada, digamos assim, em termos de projeto pessoal, sobre o qual, diga-se, é legítimo para qualquer político. Nilson, o segundo detalhe, foi guardado num guarda-roupas e as chaves lançadas ao mar. Pregou a praguinha de João no peito, mas foi obrigado ao silêncio obsequioso. Para a população, "um ilustríssimo desconhecido da silva", embora seja um competente técnico e um ser afável. Se ambos decidirem partir para o jogo de 2012 como cabeça de chapa, quem será ungido por João? Nenhum dos dois! Os projetos políticos dele (João) orbitam no entorno familiar. Até Machado fica fora e quando entra se ferra, como foi agora. Creio que para Anderson até a candidatura a vereador é complicada. Nilson, apesar de João, tem mais densidade, mas foi escondido como um produto novo, mas já vencido. Em síntese, João foi derrotado por Déda (disputa pelo governo do Estado) pela segunda vez, minguou seu agrupamento e manchou lideranças emergentes. Esse é o resultado das eleições.
Isabel disse…
depende se analisar o resultado friamente a chamada "esquerda" teve um ruim resultado em Aracaju seja por Deda perder a eleição em Aracaju ou seja pelos candidatos de Opinião como Ana lúcia, Gualberto , a própria Tânia Soares não ter sido bem votados , é preciso analisar os fatos cuidadosamente .
o que o Governador Marcelo Déda precisa é olhar com mais carinho para Aracaju , grande Aracaju , isso é preciso. e Também agradecer a Albano ter sido candidato ao senado ... imagine se ele tivesse do lado de João, o PT, PCdoB e a liados diziam que joão era morto, essa eleição mostrou que o morto estava bem vivo , mesmo sozinho.
Anônimo disse…
LAERCIO OLIVEIRA E PASTOR ANTONIO, ESPERO UMA RESPOSTA URGENTE.ATRAVES DOS SEUS ASSESSORES NÃO CUMPRIRAM COMO ACERTADO, MEU NOME E VALDESSON 88219142.

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