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O mal-estar das alianças desobedientes

Foto: André Moreira
O assunto do dia – ou melhor, do final de semana – foi o mal-estar gerado em Capela pelo prefeito Sukita ao convidar para o mesmo palanque o governador Marcelo Déda, o senador Valadares e o deputado federal Albano Franco. Depois de uma semana confusa por conta do rompimento de Valadares com Eduardo Amorim (que é o segundo candidato da chapa governista), o evento de Capela expôs como poderão ser desagradáveis todos os próximos atos partidários dos quais Déda participará.

Sem a presença de Amorim, Déda se negou a entrar na casa do prefeito de Capela e assim como Valadares, voltou para Aracaju, deixando Sukita acompanhado apenas do candidato tucano ao Senado, Albano Franco. A candidatura independente de Albano está embaralhando as peças do jogo. Ele entrou no jogo ao final do segundo tempo e ainda assim tem provocado uma série de problemas no fechamento de alianças que respeitem integralmente a coligação Déda/Jackson (governador/vice) – Amorim/Valadares (senadores).

Déda
Déda está tentando acalmar os ânimos. Tentando ao menos segurar os dois candidatos ao Senado ao seu lado. Obrigar os aliados a cumprir a aliança é impossível. E já se esperava isso desde que a coligação foi fechada em junho. O discurso de unidade não se sustentou por muito tempo. No twitter, Déda afirmou que “a campanha está ótima. Os problemas no Senado ocorrem em face das duas vagas e das diferentes opções das lideranças”. Ou seja, é um problema dos líderes partidários, da falta de unidade entre os muitos aliados, que são de todo o tipo, das mais diversas ideologias e de opiniões bem distintas.

Valadares
Também no twitter, Valadares informou que “Sukita me disse, quinta-feira, que abriria o comitê no sábado em Capela só com a minha presença, a de Valadares Filho, a Jackson e de Déda. Fomos surpreendidos”. Além disso, o senador afirmou o seguinte: “há quase duas décadas estou ao lado de Déda. Participo de qualquer evento ao seu lado, porque eu cheguei primeiro. O que há de errado nisso? Continuarei, doa a quem doer. Estar com Déda não me tira nenhum pedaço. A sua companhia me engrandece. Tudo farei para não prejudicá-lo”.

Sukita
Ao Cinform, o prefeito de Capela justificou sua escolha por Albano ao invés de Amorim. “O representante do PSC aqui em Capela, Roberto Feitosa, que foi meu adversário político em 2008, vota em João Alves e nos candidatos ligados ao DEM. Eu tinha dado a mim e ao meu grupo até o dia 7 para decidir o segundo candidato ao Senado. Na sexta, dia 6, conversei muito com Machado e Albano, sabendo que o dia 7 era meu último dia. Acho que é em Albano que vou votar, porque não fortaleço a oposição a Déda. Gostaria de deixar claro que sou eleitor incondicional do governador. Aliás, desde quando disputava mandato de deputado estadual. Eu acho que ele está sendo municiado com informações erradas, com fuxico”, disse Sukita.

Amorim
O deputado federal Eduardo Amorim é quem menos tem falado no assunto. Disse apenas que não vê motivos para rompimento entre ele e Valadares. No twitter, se limitou apenas a dizer que não foi ao município de Capela. Enquanto isso trabalha para fortalecer sua candidatura e capturar mais apoios. A disputa pelo Senado não é das mais fáceis. Está até bem mais interessante do que a de Governo do Estado. São duas vagas, pelas quais concorrem grandes nomes da política sergipana. É por conta deste acirramento que está sendo tão difícil manter uma avalanche de aliados calmos e dispostos a obediência.

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