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Novo patrimônio da Unesco em Sergipe não tem infraestrutura para turistas

VALTER LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM ARACAJU

A cidade de São Cristovão (a 29 km de Aracaju), que abriga a praça São Francisco, conjunto arquitetônico reconhecido como patrimônio histórico da humanidade há duas semanas pela Unesco (braço da ONU para educação e cultura), não possui estrutura para receber turistas.

O município só dispõe de um restaurante e não há pousadas e hotéis. Há ainda carência de guias turísticos e o funcionamento dos museus é limitado. A praça, onde foi construído o convento São Francisco, é um exemplo remanescente do período colonial brasileiro.

De lá, é possível avistar o palácio do período colonial onde funciona o Museu Histórico de Sergipe; e também prédios das ordens religiosas, como o Museu de Arte Sacra e o Convento de São Francisco, além de sobrados e casas.

O conjunto arquitetônico da Igreja e do Convento São Francisco é de 1693. Já o Museu Histórico está no antigo Palácio Provincial, do século 19, que abrigou dom Pedro 2º, em sua visita à cidade, em 1860.

O acervo do museu é formado por peças do século retrasado, documentos raros, mobília, coleções de arte plásticas e moedas. De acordo com o diretor da instituição, Thiago Fragata, a intenção é transformar o local também num centro de pesquisa.

O Museu de Arte Sacra tem seu acervo composto prioritariamente por peças religiosas que foram utilizadas em igrejas e conventos de vários municípios sergipanos.

O diferencial da praça São Francisco é a síntese entre dois projetos urbanísticos diferentes, que representam o processo de união de Portugal e Espanha, no período de 1580 a 1640.

A secretária estadual da Cultura, Eloísa Galdino, diz que a primeira etapa, a de adequar a praça às determinações da Unesco, já foi cumprida e que o próximo passo é "conservar o que existe e ampliar a estrutura para receber os turistas".

"Embutimos a fiação elétrica e telefônica e restauramos alguns prédios. Do ponto de vista arquitetônico, a praça se encontra o mais próximo possível do que a gente poderia ter do momento em que ela foi construída. Agora, temos que aumentar a ação junto aos museus e potencializar e conservar pra que a comunidade se aproprie deste bem."

Matéria publicada originalmente na Folha.com

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