Arnon Gonçalves / Cinform |
"O que existe hoje é um clima de decepção. Déda demonstrou que não tem plano de Governo. Ele não conhece o Estado. Estou convencido pessoalmente que a partir de 1º de janeiro de 2011 o atual ocupante do Olímpio Campos vai tirar umas férias prolongadas", afirma, deixando claro que está confiante na vitória e ainda em primeiro turno. Mas ressalta que tem essa percepção não por arrogância, mas pelo que sente nas ruas. "Se fosse hoje, estou convencido que nós venceríamos. Mas falo isso sem arrogância, pois sei que não vai ser uma eleição fácil", disse. Confira os trechos principais da entrevista:
Cinform - Dá pra mensurar quais foram os erros que o levaram a derrota em 2006?
JAF - Naturalmente que eu cometi erros, mas o fato principal que me levou à derrota foi a capacidade do meu adversário de encantar o povo com seu discurso. Quando ele fala até eu fico encantado. Além disso, ganhou as eleições contando com uma soma fabulosa de recursos que veio do Governo Federal e da Petrobras. O meu adversário é um sedutor e ele encantou os eleitores com duas mensagens: a de que ia fazer as mudanças e a de que era o compadre do presidente. A mudança tem um sentido mágico, encanta os jovens. Já o fato de ele ser compadre fez parecer que Sergipe ia ser inundado por obras. Só que o governador perdeu essas duas mensagens. Ele deve inventar outras mágicas, porque essas estão perdidas. Digo isso do homem que esteve em mais de 400 povoados, e percebeu que o que existe hoje é um clima de decepção. Déda demonstrou que não tem plano de Governo. Quando o escuto no rádio, sinto que ele não conhece o Estado e que perdeu o discurso. Dentro deste raciocínio, estou convencido pessoalmente que a partir de 1º de janeiro de 2011 o atual ocupante do Olímpio Campos vai tirar umas férias prolongadas.
Cinform - Para o senhor estas eleições se decidem no primeiro ou no segundo turno?
JAF - Acho que vai ser resolvido no primeiro turno. Se fosse hoje, estou convencido que nós venceríamos, mas falo isso sem arrogância, pois sei que não vai ser uma eleição fácil. Vai ser dura e disputada. O governador tem dinheiro e tem poder. Ele tem tudo na mão. Não tenho nada disso. Só a confiabilidade. Mas a sensação das ruas de que eu vencerei as eleições está passando do povo para as lideranças. Nesta semana tive dois prefeitos que me telefonaram querendo aderir à minha candidatura.
Cinform - O teto de gastos da sua campanha é de R$ 10 milhões. Este valor não seria muito elevado? Como está a arrecadação destes recursos?
JAF - Queria dizer que este valor não foi definido por mim. Eu não colocaria esta quantia. Isto foi definido pelos assessores na correria. Estamos fazendo uma campanha franciscana. Não está havendo contribuição. O DEM tem ajudado e o PSDB nacional também, embora com dificuldades, porque Serra está encontrando dificuldades em arrecadar. Mas saiba que faço essa campanha nem que seja em cima de um tamborete.
Cinform - Diante da dificuldade de arrecadar recursos, a campanha está demorando a ir para as ruas. Isto não prejudica a sua candidatura?
JAF - A campanha demorou e continua demorando. É uma campanha sem muita visibilidade. Não coloquei a campanha na rua porque não tenho dinheiro. Isso não deixa de ser negativo, mas eu estou lutando.
Cinform - Na mesma linha das dificuldades, como é disputar o Governo com o apoio de apenas três prefeitos?
JAF - O povo não está decidindo em votar em mim porque eu sou do DEM ou porque eu tenho dinheiro, mas sim pelo que falo. E nisso tenho uma vantagem muito grande: não há dinheiro que compre este povo, pois ele está espalhado. Sem nenhuma arrogância, essa é a vantagem de não ter chefe político.
Cinform - O senhor saiu de uma derrota em 1998 para uma vitória em 2002 falando em reciclagem. E de 2006 para 2010, o senhor falaria em nome de quê para os sergipanos? Quais são os seus principais projetos?
JAF - Uma das vertentes do nosso projeto é transformar Sergipe no Estado com o menor índice de miserabilidade do Brasil. Não estou afirmando que vou acabar com a pobreza, pois isso seria uma irresponsabilidade, mas vou melhorar a vida daquele sujeito que vive em casa de taipa, sujeito à Doença de Chagas, dividindo o espaço com várias pessoas, sem banheiro e sem cozinha. Tomando por base os dados de 2006, sei quais são as casas de taipa e onde elas estão. Vou deixar Sergipe sem nenhuma casa deste tipo e na Grande Aracaju não ficará nenhuma casa de favela. No meu último Governo chegamos a fazer quase 10 mil casas e não fizemos mais porque fomos perseguidos. Dentro dessa linha de ação, Sergipe já tem 90% das residências com energia elétrica e 94% com água. Chegaremos aos 100% nos dois aspectos e Sergipe será o primeiro Estado a não ter uma casa miserável e ter água e luz em toda a casa. Pretendo ainda erradicar o analfabetismo já no terceiro ano de Governo. Queremos também transformar o Estado com desenvolvimento autossustentável. No Turismo, queremos retomar os incentivos. 90% do que existe ou foram construídos ou planejado por mim. E retomaremos ações inovadoras, como o Parque Tecnológico de Sergipe.
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