
Longe de ser uma eleição fácil, Dilma e Serra disputarão a presidência de um país governado nos últimos oito anos por um presidente que deixa o cargo com o estigma de mito. Lula não será atacado por nenhum dos candidatos e nem subestimado. Dilma, como fiel aliada tomará para si e para o seu projeto todas as conquistas do Governo Lula. E Serra não se atreverá a bater de frente com o atual presidente e muito menos seguir o caminho (quase natural das campanhas) de apontar as falhas da gestão lulista.

A transferência de voto de Lula para Dilma logo alcançará um teto e ela precisará se mostrar competente para administrar um país sem se limitar à PAC’s. Serra, por sua vez, terá que fazer com que os brasileiros não absorvam o discurso do PT de que o governador de São Paulo trará para o país uma ‘herança maldita’ de FHC e mais ainda, Serra e sua equipe de campanha terão que ter capacidade de mostrar os pontos positivos da gestão de Fernando Henrique enquanto presidente entre 1994 e 2002.
Os discursos reacionários e pouco práticos dos outros candidatos – todos nanicos e naniquinhos – servirão apenas para preencher dois ou três minutos do tempo de TV e nada influenciarão na decisão do eleitor. Ou seja, a disputa se dará somente entre PT e PSDB, entre Lula e FHC, entre Dilma e Serra.
Ainda não dá pra fazer nenhuma previsão de quem levará a melhor, não dá para saber o que os brasileiros irão escolher, mas uma coisa é certa: os atuais candidatos precisarão se mostrar bem convincentes e dispostos a governar o Brasil, amarrados em ótimas propostas, pois pouco carismáticos, Dilma e Serra não serão capazes de ganhar votos apenas com discursos inflamados e emocionantes.
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